Isolado em um pequeno bote salva-vidas, o navegador passou por dificuldades extremas até ser finalmente resgatado
Caio Tortamano Publicado em 26/09/2021, às 10h00
Amante das navegações, Steven Callahan sempre construiu embarcações e chegou a contribuir para edições da revista Cruising World, especializada em iates e barcos. Aficionado pela arquitetura naval, ele adiquiriu muita de sua experiência na prática.
Em meados de 1981, Callahan partiu de Newport, em Rhode Island nos Estados Unidos, para embarcar em um barco à vela de seis metros e meio que ele mesmo havia criado. Saindo dos Estados Unidos, ele foi até as Bermudas e seguiu em direção à Inglaterra.
O destino não se concretizou de uma vez só, e Callahan teve de atracar sua embarcação em La Coruña, na Espanha, após o mau tempo. A parada inesperada fez com que Steven fizesse uma pequena excursão com seu barco pela costa ibérica.
Já há sete dias no mar e longe da costa, seu barco passou por um forte vendaval. Sua experiência deveria ter sido o suficiente para passar sem nenhum sufoco nessa intempérie, mas durante uma tempestade à noite, um objeto abriu um buraco em seu barco, inundando a criação de Callahan.
O barco, apelidado de Napoleon Solo, estava inabitável e o obrigou a fugir através de um bote salva-vidas projetado para seis pessoas. Ele entrou e saiu diversas vezes do barco em busca de itens que iriam ajudá-lo, entre elas: uma almofada, um saco de dormir, um kit de emergência com comida, mapas de navegação, um arpão, sinalizadores, lanternas, purificadores de água e um exemplar do livro 'Sea Survival', de Douglas Robertson.
A escassa comida que ele conseguiu recuperar do Napoleon Solo não foi o suficiente para muito tempo, logo, Steven teve que arranjar alimento com o que pode. Seu cardápio se resumia em pequenos peixes que chegavam perto da beirada do bote e pássaros que pousavam no bote.
Um dispositivo de resgate emitia sinais de rádio indicando que ele estava em apuros, mas o experiente velejador navegava em águas tão inóspitas, que não havia ninguém para atender o chamado de socorro.
Os dias passavam, e nenhum socorro aparecia. Como consequência, o sobrevivente começou a elaborar uma rotina diária para que conseguisse sobreviver o maior tempo possível. Passou a filtrar água, pescar e até mesmo se exercitar.
Durante seu período a deriva, Callahan teve que espantar tubarões de perto do bote e enquanto sua pequena embarcação rasgava constantemente. Depois de 76 dias no mar, sem nenhum contato com a civilização, um grupo de pescadores de Guadalupe, da América Central, avistou o bote de Steven.
O sobrevivente foi encontrado em grave estado de desnutrição e com diversos ferimentos causados pela água salgada do Oceano Atlântico. O sobrevivente foi levado para um hospital na mesma tarde em que foi resgatado, e saiu no mesmo dia. Depois disso, passou a viajar de carona por diversos barcos nas Índias Ocidentais.
Hoje, Steven Callahan é dono de uma das histórias de sobrevivência em alto mar mais impressionantes que existem, e ele faz questão de contar como venceu 76 dias diante da mais selvagem natureza.
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