Quando um grupo de cientistas da Universidade de Copenhague tirou três espadas da Era Viking do Museu Nacional da Dinamarca para as
estudarem por uma tomografia por nêutrons, provavelmente esperavam um
resultado diferente. No primeiro estudo do tipo, que permitiu enxergar cortes transversais das armas sem causar nenhum dano, descobriram que eram bem vagabundas.
Uma das espadas estudadas / Anna Fedrigo
As espadas foram criadas pelo processo de caldeamento, no qual várias lâminas de metal são marteladas em sequência, para criar desenhos elaborados. Isso servia para imitar as espadas feitas com o chamado aço damasco, as mais valorizadas do mundo medieval, cuja técnica de cosntrução se perdeu. O caldeamento em si não é ruim, mas o "miolo" é todo errado. "Porque o aço é mais duro que o ferro, esperávamos achar, numa ferramenta de batalha, lâminas de aço e um núcleo de ferro para absorver os golpes", afirma a nanocientista Anna Fedrigo, que assina o estudo. "Essas espadas que analisamos não mostram nada disso. A forma como elas foram forjadas, a quente, também as torna suscetíveis à ferrugem e à deterioração."
Ninguém duvida da capacidade dos vikings para lutar ou fazer armas. Por que então estariam eles forjando espadas piores que aquelas que você pode comprar na rodoviária? "Decoração", dizem os cientistas.
As armas mais comuns dos vikings eram machados, que todo mundo podia comprar e eram também úteis em tempos de paz. Espadas eram um sinal de status e caríssimas. Tornou-se então um negócio vender espadas falsas - e provavelmente mais baratas, ou mais imponentes - a figurões que não dependiam delas para manter suas cabeças sobre os ombros.