Saiba como um jovem de 16 anos na época conseguiu participar de momentos históricos da guerra
Alan de Oliveira | @baco.deoli Publicado em 04/05/2022, às 08h08
Aos 99 anos, Argemiro de Toledo Filho, é o único ex-soldado da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ainda vivo na cidade histórica de Itapetinga , e orgulha-se de ter falsificado a sua carteira de identidade para poder participar da Segunda Guerra Mundial. Em celebração do Dia Nacional do Ex-combatente ocorrido na última segunda-feira, 2, o portal G1 apurou o caso.
"Meu avô tinha 16 anos quando se voluntariou. Ele queria muito ir para guerra, mas não tinha idade suficiente. Foi então que falsificou o RG para lutar. Somente na Itália descobriram a real idade dele. Já era tarde demais. No final, o grupo sempre tentou protegê-lo. Como ele era o mais novo, diziam que meu avô tinha que ficar vivo para contar a história", disse a neta, Luciana Toledo.
Em dados relatados pela FEB, Argemiro entrou para o 1º Regime de Infantaria, do “Regime Sampaio”, onde seguiu pelos mares até chegar na Itália para participar de confronto armado em 1941.
Após as primeiras operações, ficou até o ano de 1945, lutando em embates como Fornovo Di Taro, Collechio, Tomada de Monte Castelo e na rendição dos nazistas.
"Ele não gostava de falar dos confrontos. Dizia que guerra é a coisa mais absurda do mundo. Só depois que a minha avó faleceu que ele começou a se abrir mais. Disse que sentia culpa pelas vítimas, mesmo sabendo que era questão de sobrevivência. Nessa época, meu avô começou a se confessar na igreja", lembra a neta.
No retorno ao Brasil em 1946, o ex-soldado foi condecorado com a Medalha de Campanha e promoção ao cargo de segundo-tenente do Exército Brasileiro. Além dos reconhecimentos de imediato, em 2015 recebeu as medalhas de Heróis do Brasil e da Vitória.
Com quase 100 anos, segundo registros médicos, ele está alternando entre lapsos de sanidade e outros de delírio. Devido às crises nervosas, no momento, está internado em uma casa de repouso.
Boa parte do arsenal de medalhas de Toledo Filho está no Memorial Tiro de Guerra de Itapetinga, onde há um espaço só para acervo histórico da guerra.
"As famílias estão em contato com a prefeitura para montar um espaço em homenagem aos ex-combatentes. É como se o esforço deles e dedicação ganhassem o reconhecimento necessário", ainda declarou Luciana.
Ainda durante a entrevista ao G1, a neta disse que o maior sonho de seu avô é presenciar a inauguração de um museu em honra dos ex-combatentes de Itapetinga, chamados “pracinha”.
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