Especialistas colocam em xeque 'lendas' sobre o rei mais famoso do Egito; entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 13/06/2023, às 12h47 - Atualizado em 16/06/2023, às 10h20
Entre os dias 6 e 11 de junho aconteceu no Reino Unido o Cheltenham Science Festival. Durante o evento, pesquisadores debateram um mito criado em volta da figura do faraó Tutancâmon: ele não era um menino-rei doente, mas sim um bravo guerreiro.
O folclore sobre o rei mais famoso do Egito aponta que o faraó era frágil e tinha dificuldades para andar devido ao seu pé torto — que seria um problema congênito, visto que o rei Tut foi fruto de uma relação incestuosa entre seu pai Aquenáton com uma de suas irmãs (portanto, tia do faraó).
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Além disso, repercute o Daily Mail, Tutancâmon foi enterrado junto de 130 bastões completos e fragmentados, com diversas formas e desenhos — o que sugeriu-se que ele as usava como bengala para ajudar sua mobilidade. E são justamente esses os pontos debatidos.
Ao Cheltenham Science Festival, a egiptóloga biomédica Sofia Aziz disse que, quando estudou sobre o faraó menino, não achou quaisquer evidências de que ele tinha problemas de locomoção. Ela relatou também que muitas outras múmias aparentavam ter o pé torto.
Chamamos essas mudanças de pseudo-patológicas. As bengalas eram apenas um sinal de realeza", aponta.
Para provar seu ponto, Aziz explica que o 'pé torto' do rei Tut pode ter sido causado pelo processo de mumificação — quando foi aplicado resina em curativos apertados. Isso pode ter alterado o formato de seu pé.
Além disso, o ausente osso médio de seu segundo dedo do pé esquerdo pode ter desaparecido depois da transferência de seus restos mortais para uma caixa de areia. Sofia também aponta que alguém pode tê-lo levado como uma 'lembrança' daquele momento.
"Suas pernas estavam tão bem alinhadas. Se ele tivesse uma deformidade e se tivesse um pé torto, teria dificuldade para andar, mas os ossos longos simplesmente não mostram nenhuma evidência disso", discute a egiptóloga.
Sofia Aziz aponta que os ossos da perna do rei Tutancâmon mostrariam sinais de estresse caso ele tivesse passado anos mancando. Mas isso não foi identificado.
Os restos do faraó menino, vale mencionar, ficaram intactos por quase três mil anos após sua morte, sendo encontrados pelo arqueólogo Howard Carter em 1922.
A visão de Tut como um rei fraco também é contestada por Campbell Prince, curador do Egito no Museu de Manchester. "Temos essa simpatia por Tutancâmon, ele não é o que você esperaria de um máscara de ouro".
Você tem que lembrar que quando Tutancâmon foi encontrado, foi logo após a Primeira Guerra Mundial e as pessoas perderam jovens nas trincheiras, então havia esse pathos coletivo para os jovens que morreram, talvez na batalha, que joga com essa fantasia, esse mito desse garoto supostamente fraco", finaliza.
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