O esqueleto foi enterrado em uma cerimônia muito particular: foi identificado pigmento ocre em suas bochechas e testa
Isabela Barreiros Publicado em 03/11/2020, às 17h04
Na Ilha de Alor, na Indonésia, arqueólogos descobriram os restos mortais de uma criança, que viveu há pelo menos 8 mil anos, enterrados a partir de uma cerimônia muito peculiar, nunca antes vista para essa faixa etária. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Quaternary International.
De acordo com a pesquisadora Sofia Samper Carro, o sepultamento data do início do Holoceno médio. Enterros de crianças desse período nunca foram identificados por especialistas: ela explica que “simplesmente não sabemos como as pessoas dessa época tratavam seus filhos mortos” e que “esta descoberta vai mudar isso. "
Por meio das análises realizadas no esqueleto, foi possível apontar que o indivíduo estava entre os quatro e oito anos quando faleceu. Ele também foi enterrado em uma espécie de cerimônia muito particular, vista somente em adultos, mas nunca em pessoas tão jovens.
"O pigmento ocre foi aplicado nas bochechas e na testa e uma pedra de paralelepípedo de cor ocre foi colocada sob a cabeça da criança quando foram enterradas", afirmou Carro. Além disso, os ossos do braço e da perna do garoto foram retirados do local e provavelmente descartados em um lugar ainda desconhecido.
A especialista esclarece: “A falta de ossos longos é uma prática documentada em vários outros sepultamentos de período semelhante em Java, Bornéu e Flores, mas esta é a primeira vez que a vemos no enterro de uma criança”.
"Não sabemos por que a remoção de ossos longos era praticada, mas provavelmente é algum aspecto do sistema de crenças das pessoas que viveram nessa época”, explicou.
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