Bob Woodward, jornalista que publicou o audiolivro, revelou o escândalo de Watergate
Redação Publicado em 31/01/2023, às 20h15
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está pedindo uma compensação financeira de US$ 50 milhões ao jornalista Bob Woodward por publicar, em um audiolivro, gravações de conversas que ele manteve com republicanos nos anos de 2019 e 2020.
Além do jornalista, a editora responsável pela publicação do audiolivro, a Simon & Schuster, e sua controladora, a Paramount Global, também são atingidas. A ação na Justiça pede indenização de US$ 49,98 milhões (R$ 254,6 milhões).
O processo tem recortes das entrevistas e a alegação de que o resultado publicado foi editado. Segundo o processo, Trump disse diversas vezes ao repórter que as entrevistas deveriam ser usadas no "mundo escrito".
A editora e o jornalista afirmaram, em nota, que o processo "não tem mérito" e prometeram "se defender agressivamente" na ação.
"Todas as entrevistas foram dadas sem a condição de anonimato e gravadas com a concordância de Trump. Além disso, é de interesse público ter o registro histórico do presidente em suas próprias palavras. Estamos confiantes de que os fatos e a lei estão a nosso favor"
O audiolivro "The Trump Tapes" (As gravações de Trump) foi lançado em janeiro e contou com 20 entrevistas com o ex-presidente, como informado pela Folha de São Paulo. Segundo as alegações sustentadas pelos advogados, o material era sujeito a limitações de uso e distribuição.
Em determinado trecho de uma das conversas transcritas para o processo, Trump questiona o jornalista se a entrevista seria somente para o livro: "Novamente, isso é para o livro que sairá antes das eleições", teria respondido o jornalista.
Bob Woodward é editor-executivo do jornal The Washington Post e foi responsável, junto de Carl Bernstein, por revelar, em 1972, o escândalo de Watergate, que derrubou, dois anos depois, o então presidente Richard Nixon. Woodward também foi vencedor de dois prêmios Pulitzer ao longo de sua carreira.
Ele publicou entre 2018 e 2021, antes do audiolivro, uma série de três livros sobre a passagem de Trump pela Casa Branca.
Trump está habituado a processar jornais e jornalistas. Como uma estratégia já comum do ex-presidente, ele abriu um processo por difamação contra a CNN em outubro. Ele pedia, na ocasião, para ser indenizado em US$ 475 milhões (R$ 2,45 bilhões) por notícias que, segundo ele, seriam falsas e tendenciosas.
Ele tenta se viabilizar para 2024 num contexto de crises que vão desde o desaparecimento de documentos sigilosos da Casa Branca até a tentativa de adulteração dos resultados das eleições e suspeita de fraude.
O comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o qual investiga a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro, recomendou o indiciamento de Trump por quatro crimes. São eles: conspiração para fraudar os Estados Unidos; conspiração para fazer uma declaração falsa; obstrução do procedimento oficial; e incitação, assistência ou ajuda a insurreição.
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