Sozinha há 24 anos: Conheça a orca mais solitária do mundo

Recentemente divulgado pela ONG Urgent Seas, um vídeo revela a triste realidade de Kshamenk, a última orca em cativeiro na América Latina. Filmada durante um dia inteiro, a gravação mostra o animal imóvel e visivelmente apática em um tanque de apenas 12 metros no Aquário Mundo Marino, o maior da Argentina. Este vídeo tem gerado grande repercussão nas redes sociais, trazendo à tona discussões sobre os maus-tratos e a solidão que a orca enfrenta há décadas.

Kshamenk vive em cativeiro desde 1992 e está sozinha há 24 anos, desde a morte de sua companheira Belén em 2000. Com mais de 6 metros de comprimento e pesando 4 toneladas, a orca, que deveria nadar centenas de quilômetros por dia em seu habitat natural, passa a maior parte de sua vida confinada em uma pequena piscina. A situação tem levantado questões sobre a ética do cativeiro e o uso de animais marinhos em espetáculos, alimentando campanhas online que pedem a libertação.

Organizações argentinas de defesa dos direitos dos animais, como a Derechos de Animales Marinos (DAM), têm denunciado repetidamente as condições em que Kshamenk vive. Em vídeos compartilhados, a orca é frequentemente vista flutuando apática, uma clara indicação de estresse e depressão, segundo os especialistas. As ONGs também acusam o Aquário Mundo Marino de maus-tratos e de manter o animal em cativeiro de forma ilegal.

Grande mobilização

A situação de Kshamenk tem mobilizado inúmeras pessoas ao redor do mundo. Um abaixo-assinado no site Change.org já reuniu mais de 730 mil assinaturas, exigindo que ela seja liberta. A proposta de uma lei que leva o nome da orca, atualmente em tramitação no congresso argentino, visa proibir a realização de espetáculos com animais marinhos no país.

O Aquário Mundo Marino, por sua vez, defende-se afirmando que Kshamenk foi resgatada de um encalhe na baía de Samborombón e que, após a reabilitação, não teria condições de voltar à natureza. Segundo 'O Globo', o aquário descreve a orca como saudável e ativa, alegando que ela participa de shows e atividades com seus cuidadores. No entanto, o contraste entre as alegações do aquário e as imagens desoladoras do vídeo tem gerado uma crescente indignação pública.