Fóssil encontrado no sítio - Divulgação/ Ferraz et al
Brasil

Sítio paleontológico é redescoberto no Rio Grande do Sul após 70 anos

Mais de 100 fósseis de plantas e de animais foram encontrados em Cerro Chato, que fica próximo à fronteira com o Uruguai

Fabio Previdelli Publicado em 21/06/2022, às 16h07

No município de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, perto da fronteira com o Uruguai, paleontólogos redescobriram um sítio fossilífero que estava perdido há cerca de 70 anos. No local foram identificados mais de 100 fósseis de plantas

Embora a descoberta tenha ocorrido em 2019, ela só foi detalhada em recente artigo publicado na revista Paleontologia em Destaque. O achado se deu graças aos esforços de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), da Universidade do Vale do Taquari (Univates) e da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

Em comunicado à imprensa, a paleobotânica Joseline Manfroi destaca que a redescoberta do sítio é um verdadeiro tesouro para a paleontologia mundial, principalmente para os campos da evolução florística de plantas do Permiano. 

Escavações no sítio/ Crédito: Divulgação/ Ferraz et al

 

“Durante décadas a localização geográfica desse afloramento foi uma incógnita. Foi buscado como uma verdadeira ‘caça ao tesouro’ e, felizmente, depois de tanto tempo, teremos a oportunidade de continuar escrevendo essa história, por meio do registro fóssil”, declarou. 

O achado de Cerro Chato

Conhecida como “Cerro Chato”, a região foi descrita pela primeira vez em 1951. À época, porém, conforme aponta matéria da Galileu, a falta de recursos impediu que o local fosse registrado geograficamente. Desde então, suas coordenadas estavam perdidas. 

Eu estimo que não exploramos nem 30% de todo o espaço disponível”, aponta Joseane Salau Ferraz, mestranda na Universidade Federal do Pampa.

Até o momento, os pesquisadores já coletaram fósseis de diversos grupos de plantas, como os antepassados de coníferas e samambaias. No sítio, fósseis de animais — como peixes e moluscos — também foram identificados. 

“Nós fomos lá, no ano passado, com uma retroescavadeira. Parece até assustador pensar nisso, já que os fósseis são muito delicados. De alguma forma tínhamos certeza de que ia dar certo, e funcionou”, explica Ferraz.

Escavações no sítio/ Crédito: Divulgação/ Ferraz et al

 

Joseane explica que, nas expedições, apenas a superfície do afloramento foi explorada. “Naquela ocasião, os materiais foram encontrados porque a superfície já estava relativamente erodida”.

“Os pesquisadores, no entanto, não conseguiram explorar o que estava mais no fundo. Se hoje é difícil trabalhar em um local assim, mesmo com tecnologia, imagine os desafios que isso representava em 1951”, completa.

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