Com demissões justificadas pela nova lei contra notícias falsas sobre a invasão, instituições pressionam funcionários contrários
Wallacy Ferrari Publicado em 21/03/2022, às 09h53
A represália sobre cidadãos russos que buscam outros meios fora de veículos estatais para se informarem sobre as ocasiões de guerra repercutem em ações sombrias que, de pouco a pouco, tornam-se públicas internacionalmente.
Manifestando opiniões contrárias a atual guerra com a Ucrânia, os habitantes do maior país do mundo devem respeitar a nova legislação contra divulgação de notícias falsas sobre a chamada "operação militar", termo usado pelo Kremlin.
Caso o discurso se mostre diferente do usado pelos órgãos estatais, há possibilidades de autuação e até 15 anos de cadeia. Mesmo assim, alguns cidadãos já estão sendo punidos social e profissionalmente pelas ações contrárias a invasão, como revelou moradores ao jornal britânico BBC.
Um professor de geografia, identificado como Kamran Manafly, publicou em seu perfil no Instagram um comentário contra a orientação que recebeu durante uma reunião de professores, orientando a explicar a situação de conflito, mas não se desviar da posição do governo.
Duas horas depois, recebeu uma ligação do diretor para apagar a postagem e, no dia seguinte, foi impedido de entrar na instituição e orientado a assinar a carta de demissão, com uma ordem que validava o impedimento.
Outra afetada foi Katya Dolinina, que era gerente de dois cinemas da rede estatal Moskino. Apesar de não realizar publicações, assinou um abaixo-assinado que continha uma carta aberta contra a "operação especial" em prol do setor cultural do país.
Pouco depois, também recebeu um telefonema de seu superior, ordenando a retirada de seu nome ou a demissão, preferindo a segunda opção.
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