Após se juntar ao grupo extremista Batalhão Azov, russo considera Ucrânia sua casa
Redação Publicado em 19/07/2022, às 18h38
Em um centro de reabilitação estéril com vários soldados na Ucrânia, um deles se destaca, um homem que utiliza uma engenhoca para poder se locomover: Stepan Kaplunov. O soldado teve suas pernas quebradas depois de uma explosão.
Mas o que mais chama atenção não é seu ferimento, e sim sua nacionalidade. Stepan é russo, nascido em Ivanovo, cerca de 240 quilômetros a nordeste de Moscou. Quando atingiu a idade, se juntou ao exército russo e serviu em uma missão na Síria.
Kaplunov disse que não tinha visto necessidade de agir em oposição ao próprio país até 2014, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, tomando parte da região de Donbass e a Crimeia. O homem ainda se descreveu como um “oponente do governo russo e do regime presidencial” e descreveu o presidente russo Vladimir Putin como um “tirano que anseia por restaurar a URSS”.
“Eu tinha sido um soldado antes e queria aplicar minhas habilidades, e tinha simpatia pela Ucrânia, achava que a Ucrânia estava certa e merecia ser ajudada”, disse ele em entrevista à CNN.
Depois de se revoltar com a situação, ele se juntou ao Batalhão Azov, que é uma milícia desorganizada dos combatentes da Ucrânia considerados “hardcore”. Muitos deles eram ultranacionalistas e supremacistas brancos.
Stepan contou que foi atraído para o batalhão pois para estrangeiros, aquele era o mais fácil para ingressarem, além de já ter conhecidos no grupo. “Eu não tive muita escolha”, disse ele. Desde então, o grupo se juntou ao exército regular ucraniano e tentou se distanciar de suas origens mais extremistas.
“Eu amo muito a Ucrânia”, disse Kaplunov. “Mas ainda tenho pais e avós. Todos russos”. O homem sabe que não poderá voltar para seu país de origem e afirma que, quando se recuperar, voltará para a guerra.
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