Reconstrução facial digital do crânio do Homo Sapiens encontrado no Marrocos revela um homem "forte e sereno", mudando a linha do tempo da nossa evolução
Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 22/06/2024, às 12h11
Os cientistas conseguiram recriar o rosto do primeiro Homo Sapiens conhecido, 300 mil anos após sua morte. Utilizando o crânio mais antigo já encontrado da espécie, descoberto em 2017n em Jebel Irhoud, no Marrocos, a equipe de pesquisadores revelou uma imagem detalhada do homem antigo, descrito como "forte e sereno".
A reconstrução foi realizada pelo especialista gráfico brasileiro Cícero Moraes, que utilizou dados fornecidos pelos pesquisadores do Instituto Max Planck. "Inicialmente, escaneei o crânio em 3D... Depois procedi com a aproximação facial, que consistiu em cruzar diversas abordagens, como a deformação anatômica", explicou Moraes ao Daily Mail. O processo envolveu a utilização da tomografia de um ser humano moderno, adaptando-a para o crânio antigo e gerando uma face compatível.
O crânio original, encontrado sem a mandíbula inferior, foi digitalizado junto com o crânio de um doador moderno que possuía uma estrutura similar. Isso permitiu aos pesquisadores preencher as partes faltantes dos restos antigos.
Dados adicionais de humanos modernos foram usados para prever a espessura dos tecidos moles e a projeção das estruturas faciais, resultando em uma face que combina elementos técnicos e artísticos.
Apesar do real sexo do indivíduo permanecer desconhecido devido à ausência de ossos pélvicos, a recriação oferece uma visão única do nosso antepassado. O crânio de Jebel Irhoud foi descoberto ao lado de ferramentas de pedra e ossos de animais, oferecendo um novo entendimento sobre a dispersão do Homo sapiens na África.
Anteriormente, os fósseis mais antigos de Homo sapiens eram datados de 195.000 anos atrás, encontrados no sítio de Omo Kibish, na Etiópia. A descoberta de Jebel Irhoud, porém, sugere que nossa espécie apareceu 100 mil anos antes do que se pensava, espalhando-se por todo o continente africano muito antes da migração para fora da África.
Segundo o 'Daily Mail', o professor Jean-Jacques Hublin, que liderou o estudo, destacou a importância dessa descoberta. "Costumávamos pensar que houve um berço da humanidade há 200 mil anos na África Oriental, mas nossos novos dados revelam que o Homo sapiens se espalhou por todo o continente africano há cerca de 300 mil anos. Muito antes da dispersão do Homo sapiens para fora de África, houve dispersão dentro de África."
Jebel Irhoud é conhecido desde a década de 1960 pelos seus fósseis humanos, e a recente descoberta elevou o número total de restos mortais encontrados para 22, incluindo crânios, dentes e ossos longos de pelo menos cinco indivíduos – dois adultos e três crianças.
*Sob supervisão;
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