No mês do orgulho, beijo lésbico em animação gera polêmicas
Luisa Alves, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/06/2022, às 18h06
No mês do orgulho LGBTQIAP+, o assunto do momento é a polêmica em torno do beijo gay exibido em animação da Disney. O filme "Lightyear" já foi banido em 14 países e sofre com as censuras.
Após 25 anos do lançamento de 'ToyStory', 'Lightyear' chega aos cinemas para contar a história do boneco Buzz Lightyear que é dublado por Chris Evans, o Capitão América nos filmes da Marvel. O longa vem sofrendo críticas pela escolha de determinada cena que contém um beijo lésbico. A protagonista Alisha Hawthorne, beija sua parceira, uma médica asiática, com a qual está iniciando uma família.
Inicialmente a cena foi recusada pela Disney, que após uma carta aberta escrita por funcionários da Pixar, em crítica à postura dos estúdios com relação às causas LGBTQIAP+, decidiu optar pelo lançamento. A Walt Disney também estava sendo acusada de participação no projeto de lei "Don't Say Gay" (“Não Diga Gay'' em tradução livre), aprovada pelo governador da Flórida, EUA, que impede professores de tocarem em assuntos relacionados a comunidade LGBT em sala de aula.
O longa foi banido em 14 países, entre eles a Malásia que teve o filme retirado de cartaz pela própria Disney, após a exigência de censura da cena. No oriente médio, a homossexualidade é ilegal, o que gerou nos Emirados Árabes, protestos de grupos religiosos nas redes sociais. Na Arábia Saudita, a animação nem se quer chegou a ser mostrada aos censores do país, pois já era sabido que seria recusada.
O ator Chris Evans, que dubla o personagem principal, Buzz Lightyear, disparou em entrevista à Reuters: "A grande verdade é que essas pessoas são idiotas". Para ele, as conquistas devem ser comemoradas, mas melhor seria que a situação fosse natural aos olhos sociais.
"É difícil não ficar um pouco frustrado por ainda ser um tópico de discussão. O objetivo é que possamos chegar a um ponto em que seja a norma, e não seja um território desconhecido. Um ponto em que apenas seja assim", disse ele à Variety.
"É uma honra fazer parte de algo que está dando esses passos, mas o objetivo é olharmos para trás e ficarmos surpresos por termos demorado tanto para chegar aqui", completou.
Ele ainda salientou na Reuters, que é preciso buscar a mudança: "Sempre haverá pessoas com medo, sem consciência e tentando manter o que era antes. Mas essas pessoas morrem como dinossauros"
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