Com uma enorme estrutura, a catedral de mil anos foi identificada em Velha Dongola, a capital do antigo reino de Macúria
Pamela Malva Publicado em 14/07/2021, às 12h00
Durante escavações em Velha Dongola, no Sudão, arqueólogos encontraram as ruínas de uma antiga catedral, datada de mil anos atrás. Segundo a revista Galileu, acredita-se que a construção era a sede do poder cristão durante o reino núbio de Macúria.
Inicialmente, os estudiosos buscavam uma praça na região, que era usada para reuniões de oração no passado. Em fevereiro, contudo, a catedral foi identificada por uma tecnologia de sensoriamento remoto, de acordo com a Smithsonian Magazine.
Suntuosa, a igreja pode ter sido o maior templo da Núbia medieval, com uma enorme abside decorada por pinturas do século 10 ou 11. Além da obra, que possivelmente representa Jesus Cristo e os doze apóstolos, segundo o ARTnews, a catedral ainda conta com uma estrutura em forma de semicírculo, que guarda uma grande tumba.
Localizada na parte de trás do altar da igreja, a sepultura intrigou os arqueólogos, que agora criam teorias para entender quem teria sido enterrado ali. Depois de limpa e estudada, acredita-se que a tumba guarda os restos mortais de um arcebispo.
Outra característica que surpreendeu os estudiosos foi a proporção das estruturas da catedral. Enquanto as paredes chegam aos 10 metros de altura e 5 de espessura, a igreja conta com uma cúpula de 7,5 metros de diâmetro. Segundo Artur Obłuski, o líder das escavações, “o som na abside indica [que a igreja tem] 9 metros de profundidade”.
Isso significa que a parte leste do edifício foi preservada até a altura impressionante de um moderno bloco de apartamentos de três andares. E isso aponta que pode haver mais pinturas e inscrições sob os nossos pés, assim como em Faras”, contou o estudioso.
Existe, contudo, outro detalhe importante para o compreendimento da importância dessa igreja: sua localização. Acontece que a catedral foi construída no centro de Velha Dongola, a capital do antigo reino de Macúria — um dos únicos três reinos cristãos presentes em Núbia na época, de acordo com Obłuski.
Agora, portanto, os arqueólogos pretendem conservar as pinturas e os resquícios da suntuosa construção, a fim de abrir o espaço para a visitação do público em breve. Enquanto isso, o sítio onde a catedral foi encontrada deve continuar sendo explorado, considerando que uma nova temporada de expedições está prevista para 2022.
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