Objetos egípcios encontrados nos arredores de escola na Escócia - Divulgação/National Museums Scotland
Arqueologia

Como 18 artefatos egípcios foram encontrados em escola na Escócia

Entre os anos de 1952 e 1984, 18 objetos referentes ao Egito Antigo foram encontrados nos arredores de uma escola em Fife, na Escócia; entenda!

Redação Publicado em 27/11/2023, às 09h53 - Atualizado em 28/11/2023, às 14h01

Entre os anos de 1952 e 1984, estudantes de uma escola em Melville House, localizada em Fife, na Escócia, encontraram 18 artefatos misteriosos que, após análises de arqueólogos, foram descritos como referentes ao antigo Egito. Porém, só recentemente foi finalmente compreendido como os objetos foram parar ali, a partir de relatos divulgados pelos Museus Nacionais da Escócia em 19 de novembro.

Conforme descrito pela Revista Galileu, um dos itens, uma cabeça de estátua de arenito vermelho datada de 4 mil anos atrás e desenterrada em 1952, foi encontrada por um estudante que cavava batatas no entorno da escola; como uma forma de punição. Na época, Melville House era a escola particular Dalhousie Castle, e o achado foi levado ao Museu Escocês Real (hoje Museu Nacional da Escócia).

Posteriormente, em 1966, uma estatueta votiva egípcia de bronze com a forma de um touro também foi encontrada nos arredores da instituição de ensino por um outro garoto, que caiu em cima dela durante um exercício de salto em uma aula de Educação Física.

Coincidentemente, o professor que supervisionava a atividade era o mesmo garoto que encontrou o outro artefato mais de uma década antes, e também o levou para ser identificado no museu.

Em 1984, adolescentes que estudavam uma escola residencial administrada pelo então Conselho Regional de Fife apresentaram outro objeto para ser identificado, uma estatueta de bronze representando um homem, encontrada no terreno da escola com um detector de metais, ao museu. 

+ A múmia que revelou um curioso fato sobre os antigos egípcios

Objetos egípcios encontrados em terreno de escola na Escócia / Crédito: Divulgação/National Museums Scotland

 

Origem

Na época do achado de 1984, Elizabeth Goring era curadora do então Museu Escocês Real. Consultando colegas, ela descobriu que no local da escola onde ocorreram as descobertas, no passado, existiu uma bela casa senhorial que fora encomendada pelo Conde de Melville, em 1697.

Acreditando que os três objetos poderiam contar com alguma conexão entre si, ela investigou mais a fundo e, no local, realizou ainda novos achados. Entre eles está uma estatueta da deusa egípcia Ísis amamentando seu filho, Hórus; além da parte de uma placa com um Olho de Hórus.

Estatueta de Ísis amamentando Hórus e um Olho de Hórus / Crédito: Divulgação/National Museums Scotland

 

Descobrir objetos do antigo Egito em Fife é claramente inesperado, e a pesquisa subsequente para estabelecer as origens da coleção proporcionou uma narrativa fascinante, embora cheia de mistérios que podem nunca ser resolvidos", afirma Goring em comunicado.

Então, os estudos indicaram que os objetos possivelmente foram encontrados na Escócia, pois, no passado, teriam sido adquiridos Alexander, Lorde Balgonie (1831-1857), herdeiro da propriedade de Melville House.

Ele teria visitado o Egito junto de suas duas irmãs em 1856, para tentar tratar de sua saúde, após ter adoecido em serviço na Guerra da Crimeia. Lá, ele teria comprado os artefatos e os levados para a Escócia. No entanto, após a morte de Balgonie, os objetos provavelmente foram abandonados e, com a demolição do local, passaram despercebidos nos destroços do edifício

Margaret Maitland, curadora dos Museus Nacionais da Escócia e envolvida no estudo com Goring, pontua que a coleção é fascinante, "tornada ainda mais interessante pelo mistério que a cerca em seu país de origem".

A descoberta de artefatos egípcios enterrados na Escócia por mais de cem anos é evidência da escala da coleta de antiguidades no século 19 e de sua história complexa", finaliza.
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