Os restos mortais de pessoas consideradas ‘vampiras’ foram encontrados em um cemitério não identificado
Redação Publicado em 30/10/2023, às 15h41
Buscando compreender práticas de mais de 400 anos, arqueólogos da Universidade Nicolau Copernico, em Toruń, na Polônia, estão analisando ossadas de pessoas consideradas “vampiras” por moradores de um pequeno vilarejo polonês. Foices de ferro no pescoço, correntes e cadeados no pé são alguns dos objetos encontrados nas covas.
Em uma entrevista à Reuters, o professor e arqueólogo-chefe desta expedição, Dariusz Polinski, explicou que, embora o termo “vampiro” não fosse utilizado pelos europeus centrais medievais, os mesmos acreditavam que os falecidos poderiam retornar ao mundo dos vivos como “upior”.
Conforme repercutido pelo G1, Polinski também afirmou que crianças não batizadas e pessoas vítimas de doenças ou que tivessem falecido em eventos trágios estavam entre as mais temidas.
Provavelmente, havia um grande medo dessa pessoa. E esses artefatos - uma foice no pescoço e um cadeado no pé esquerdo - tinham como objetivo proteger os vivos desta pessoa.”, explicou o arqueólogo à Reuters.
Em 2022, esta mesma equipe de pesquisadores encontrou os restos mortais de uma mulher que havia sido sepultada em um cemitério não identificado com um cadeado preso ao tornozelo e uma foice de ferro pendurada no pescoço. Um ano depois, neste mesmo local, os arqueólogos encontraram os ossos de uma criança que teria entre cinco e sete anos enterrada de bruços com um cadeado em seu pé.
Segundo Polinski, os especialistas acreditam que a mulher estava doente, por isso o medo de sua comunidade com uma possível ressurreição. A equipe acredita que foi o corpo da criança aquele que causou maior medo na comunidade da época. Os arqueólogos encontraram evidências de que ele foi desenterrado após o sepultamento, e teve seu torso e cabeça removidos.'
De um total de duas dezenas de sepulturas presentes no local, cerca de um terço apresentam práticas “incomuns” de enterro, que incluem o uso de objetos de ferro e pedras destinados a manter os mortos imóveis em seu local de descanso.
Polinski explicou que o cemitério foi esquecido no século 18: sem mapas ou lápides, seu tamanho real permanece uma incógnita. O grupo de pesquisadores planeja ainda outras expedições ao local, desta vez com o auxílio de radares não invasivos de penetração no solo.
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