Procedimento cirúrgico inédito é caracterizado como um "avanço importante" na medicina, a partir de uma técnica de estimulação cerebral profunda; confira!
Éric Moreira Publicado em 24/01/2024, às 08h51
Em Florianópolis, capital da Santa Catarina, um hospital realizou recentemente, pela primeira vez, uma curiosa cirurgia capaz de auxiliar no tratamento de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) a partir de um implante cerebral de um microchip.
Segundo o neurocirurgião Wuilker Knoner, responsável pelo procedimento, a cirurgia pode ser vista como "um avanço importante" na medicina.
Segundo o g1, o procedimento recente é indicado a pacientes que foram encaminhados por psiquiatras e não responderam aos tratamentos tradicionais. Vale mencionar que o TOC é caracterizado por pensamentos intrusivos e repetitivos, além de comportamentos compulsivos, segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
Para que o novo tratamento de TOC ocorra, é necessário que os pacientes passe por uma técnica de estimulação cerebral profunda ("Deep Brain Stimulation", em inglês) a partir de uma estereotaxia, ferramenta que permite guiar o microchip através de coordenadas, com foco no giro do cíngulo — área que envolve mudanças de compotamento.
O chip é um fiozinho conectado numa bateria, igual marca-passo, colocada no tórax do paciente. A partir dali a gente consegue 'programar' os neurônios disfuncionais. O chip manda energia e cria um campo elétrico. Esse campo vai gerar o ajuste da disfunção elétrica que está causando o problema", afirma Knoner.
Este procedimento, no caso, por mais que ainda inédito no estado de Santa Catarina, já havia sido realizado anteriormente em São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul. O procedimento recente, de Santa Catarina, ocorreu no fim de 2023, em dezembro.
Agora, como os resultados anteriores vêm se mostrando promissores a longo prazo, "[a cirurgia] representa uma esperança renovada para pacientes com TOC que não conseguem resultados com outros tratamentos, abrindo caminho para uma vida livre dos grilhões deste transtorno tão desafiador", finaliza o neurocirurgião.
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