Durante muito tempo, acreditou-se que o ataque de vikings a Iona fez com que ela ficasse desabitada por centenas de anos; a recente descoberta põe isso em xeque
Isabela Barreiros Publicado em 19/08/2020, às 15h25
Iona, uma das ilhas do arquipélago das Hébridas, localizado na Escócia, é conhecida por ter sido escolhida por São Columba para a difusão do cristianismo, no final do século 6. Alguns séculos depois, em 806 d.C., vikings teriam invadido a ilha, atacando e matando ao menos 68 monges que viviam na região.
A história contada durante muito tempo é que a ilha ficou praticamente desabitada por centenas de anos, ou seja, o mosteiro foi abandonado após a ofensiva dos vikings. No entanto, descobertas recentes colocam em dúvida essa afirmação. Escavações realizadas pela Universidade de Glasgow revelaram novos itens anteriormente desconhecidos.
Foram encontradas dezenas de alfinetes, ou ainda broches, feitos por ligas de cobre que podem ter origem hiberno-nórdica e datam dos séculos 10 e 11, segundo a datação de carbono realizada por especialistas. Os pesquisadores acreditam que eles tinham como objetivo principal prender roupas, como túnicas e mantos.
“O broche mais bonito é uma cópia de um que foi feito na Viking Dublin, mas me parece que foi feito em Iona devido às diferenças na fabricação”, disse Ewan Campbell, professor de Arqueologia Medieval na Universidade de Glasgow. "Isso adiciona muitas evidências de que o mosteiro continuou após os ataques vikings. A história tradicional é que a ilha foi abandonada, mas parece que se foi abandonada, foi apenas temporário”, afirmou.
Para o pesquisador, a descoberta revela que “havia uma comunidade viva lá naquela época”. O mosteiro continuou na ilha, e a comunidade operava um centro de metalurgia, que teria sido o responsável pela fabricação dos pinos encontrados.
Foram descobertos outros artefatos, feitos de ouro e prata, no local como uma moeda Hiberno-nórdica e um anel de ouro. Os arqueólogos também identificaram lápides e uma grande cruz que também remontam aos séculos 10 e 11. “Iona era importante como um dos lugares onde os nórdicos estavam entrando em contato com o cristianismo e se convertendo ao cristianismo”, concluiu Campbell.
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