Equipe britânica revelou uma forte tradição que envolvia ossos humanos e era repleta de significado
Alana Sousa Publicado em 01/09/2020, às 12h15
Uma equipe da Universidade de Bristol, no Reino Unido, liderada por Dr. Thomas Booth publicou na revista Antiquity suas mais recentes descobertas sobre uma curiosa — e significante — tradição da Idade do Bronze. Comunidades que viviam há cerca de 4.500 anos guardavam restos mortais e os transformavam em relíquias que passavam por gerações.
Para chegar ao resultado foram utilizadas datações por carbono e tomografias computadorizadas para analisar ossos antigos. Assim, os pesquisadores puderam entender mais sobre esse hábito que pode parecer estranho nos dias de hoje, mas segundo os autores do estudo, era uma forma de homenagear os mortos e manter a memória deles viva.
“As pessoas parecem ter curado os restos mortais de pessoas que viveram dentro da memória viva ou cultural, e que provavelmente desempenharam um papel importante em suas vidas ou em suas comunidades, ou com as quais tiveram uma relação bem definida, seja uma família direta, um comerciante, um amigo ou mesmo um inimigo, então eles tinham uma relíquia para lembrar e talvez contar histórias sobre eles”, explicou Dr. Booth.
Um dos casos mais fascinantes que a equipe revelou envolve um osso de uma coxa humana, que posteriormente foi usado para construir um instrumento musical. Esculpido e polido, o artefato foi encontrado em ótimas condições; pertencia a um homem que foi enterrado nas proximidades de Stonehenge. Atualmente está exibido no Museu de Wiltshire, Reino Unido.
“As pessoas da Idade do Bronze não viam os restos mortais humanos com a sensação de horror ou nojo que podemos sentir hoje”, relata Thomas. Pensando nisso, os especialistas acreditam que as comunidades da Idade do Bronze baseavam-se no passado para criar suas próprias identidades sociais.
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