Embarcação, que participou de todas as grandes batalhas da segunda guerra anglo-holandesa, afundou em 1672, mas só foi descoberta em 2019
Fabio Previdelli Publicado em 30/01/2023, às 12h30
Pesquisadores da Agência de Patrimônio Cultural da Holanda (RCE) e da Sociedade de Arqueologia Náutica resolveram o mistério sobre a identidade de uma embarcação do século 17 que naufragou na costa da Inglaterra.
O veículo marítimo, que esteve envolvido em todas as grandes batalhas da segunda guerra anglo-holandesa, foi identificado como o navio de guerra holandês Klein Hollandia. Construído em 1656, e propriedade do Almirantado de Rotterdam, ele transportava finas placas de mármore italiano.
Até então, segundo o Daily Mail, o navio, que descansa a 32 metros abaixo da superfície, era conhecido como o 'Naufrágio Desconhecido de Eastbourne'. A embarcação afundou em 1672, mas só foi descoberta em 2019.
Para se ter uma ideia de sua importância, desde então, ele recebeu o mais alto nível de cuidados aplicados pela Lei de Proteção de Naufrágios, que vigora desde 1973 na Inglaterra.
Os estudos no naufrágio começaram no ano passado, quando especialistas analisaram evidências coletadas por mergulhadores profissionais e voluntários — o que permitiu que a análise de anéis de árvores das amostras de madeira fossem feitas.
Segundo o ministro do Patrimônio, Lord Parkinson, “a identificação do Klein Hollandia oferece um vislumbre do século 17, dando-nos a chance de aprender mais sobre a história marítima desse período e descobrir tesouros submersos há centenas de anos”.
“Estou muito satisfeito por, graças a esta parceria entre o Reino Unido e a Holanda, termos conseguido resolver alguns dos mistérios ligados a este naufrágio — e protegê-lo para que as gerações futuras continuem a pesquisar”, prosseguiu.
Conforme os especialistas que participaram da análise, a condição do naufrágio é notável e pode oferecer uma riqueza de informações sobre como os navios holandeses do século 17 foram construídos, além de ajudar na compreensão das atividades da embarcação de guerra durante sua viagem final.
O Daily Mail informou que grande parte do casco de madeira, canhões, ladrilhos de mármore italiano e peças de cerâmica italiana estavam entre os materiais encontrados no fundo do mar.
Os ladrilhos de mármore são oriundos das pedreiras dos Alpes Apuanos perto de Carrara, na Itália, e foram conservados por arqueólogos da Inglaterra antes do início das novas investigações.
Sabe-se que as telhas tinham como destino a Holanda e seriam usadas para construir casas de alto padrão. Beattie-Edwards, diretor-executivo da Nautical Archaeology Society, declarou que: “Desde o nosso primeiro mergulho no naufrágio, em abril de 2019, ficamos fascinados com a variedade de materiais no fundo do mar."
“A quantidade impressionante de estrutura de casco de madeira, os canhões do navio, os ladrilhos de mármore lindamente cortados, bem como os achados de cerâmica, tudo indica que este era um navio holandês do final do século 17 voltando da Itália”, continuou.
Agora, após quatro anos de investigação e pesquisa, podemos identificar a embarcação com confiança”, celebrou.
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