A mulher, que vivia em condições análogas à escravidão, não recebia salário, nem mesmo tirava folgas, estando sempre à disposição de família
Giovanna Gomes Publicado em 25/07/2024, às 12h07
Uma operação conjunta resgatou uma mulher de 59 anos que trabalhava há 46 anos para a mesma família em condições análogas à escravidão no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ela não recebia salários, não tirava folgas e estava sempre à disposição da família.
O resgate, realizado pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, com apoio da Polícia Federal, ocorreu no dia 2 de julho. O caso foi divulgado nesta quarta-feira, 24, após a resolução de todos os trâmites trabalhistas e financeiros.
A mulher, que saiu de Pernambuco em 2016 para trabalhar para a mesma família no Rio de Janeiro, não tinha conta bancária, amigos ou familiares.
Não tinha autonomia financeira, sem ter acesso a salário ou renda, nem autonomia pessoal, vivendo permanentemente em situação de sujeição à família para a qual trabalhava, sendo que sua existência no período se resumia a esse trabalho", disse o Procurador do Trabalho Thiago Gurjão, de acordo com informações do g1.
Segundo o portal de notícias, o MPT firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o empregador, assegurando o reconhecimento do vínculo empregatício, o pagamento de salários e das verbas trabalhistas do período, além de uma indenização por danos morais.
A vítima, que conseguiu um acordo no valor de R$ 768 mil, agora retornará para sua terra natal. Antes de voltar para Pernambuco, porém, a mulher realizou um sonho: visitar o Cristo Redentor, que nunca tinha conhecido desde que chegou ao Rio.
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