Josseli Barnica - Arquivo Pessoal
Estados Unidos

Mulher morreu no Texas por aborto espontâneo após atraso no tratamento

Caso de Josseli Barnica, que faleceu após espera de 40 horas por assistência, revela impacto da legislação restritiva e expõe dilemas de médicos

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/10/2024, às 20h30

Poucos dias após a implementação da lei que proibiu o aborto depois de seis semanas no Texas, Josseli Barnica, de 28 anos, morreu em decorrência de um aborto espontâneo após esperar 40 horas por atendimento médico, segundo revelou a ProPublica.

Especialistas consultados classificaram sua morte como "evitável". Ela é a terceira mulher a morrer nos últimos anos, conforme relatado pela ProPublica, devido à falta de acesso ao aborto legal ou ao adiamento de cuidados médicos emergenciais.

Como aconteceu?

No dia 2 de setembro de 2021, Barnica, mãe de uma menina de quatro anos, deu entrada no hospital com cólicas intensas, quando estava com 17 semanas de gestação. No dia seguinte, seu sangramento piorou, e então um médico concluiu que um aborto espontâneo estava "em andamento". Já outro doutor, disse que o aborto espontâneo era "inevitável".

A americana estava com seu colo do útero dilatado em quase 9 centímetros, uma condição que a deixou vulnerável a infecções de ação rápida. Normalmente, nestes casos, os médicos oferecem medicamentos para acelerar o parto ou realizam um procedimento para esvaziar o útero.

A legislação permite o aborto em "emergências médicas" – termo que, segundo especialistas, não está claramente definido, gerando insegurança sobre o momento adequado para intervenção.

Cerca de 40 horas depois, sem lesões cardíacas fetais detectáveis, o parto foi induzido e o feto removido. Apesar do procedimento, Barnica voltou a ser hospitalizada dias depois, com quadro de sepse, e morreu em decorrência de uma infecção grave.

Após a morte da mulher, especialistas disseram à ProPublica que esse atraso no atendimento ia contra o padrão médico. Se ela tivesse recebido opção antes, poderia ter sobrevivido.

Segundo o 'The Guardian', os médicos envolvidos no caso não responderam à procuro do ProPublica.

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