Um mosaico de 1.800 anos descoberto em Israel traz uma inscrição em grego antigo que evidencia que os cristãos já reconheciam Jesus como filho de Deus
Luiza Lopes Publicado em 19/11/2024, às 13h00
Um mosaico de 1.800 anos, descoberto na prisão de Megido, em Israel, traz uma inscrição em grego antigo que evidencia que os cristãos já reconheciam Jesus como filho de Deus nessa época.
Considerado um dos primeiros registros de práticas cristãs, o Mosaico de Megido decorou o primeiro salão de orações do mundo em 230 d.C., e diz: "O amante de Deus Akeptous ofereceu a mesa a Deus Jesus Cristo como um memorial”.
Alegre Savariego, curadora da exposição que irá exibir o item, disse em comunicado que "o mosaico apresenta evidências físicas inovadoras das práticas e crenças dos primeiros cristãos, incluindo a primeira instância arqueológica da frase 'Deus Jesus Cristo'".
O Mosaico de Megido foi descoberto em 2005 no Vale de Jezreel, em Israel. A escavação conduzida pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) durou quatro anos para recuperar o piso de 177 metros quadrados.
Além da inscrição, o mosaico continha o nome de Gaiano, um oficial romano que financiou parte da obra, imagens de peixes (uma possível referência à multiplicação dos pães e peixes narrada no Evangelho de Lucas) e uma referência a Brutius, artesão que teria colocado o piso há quase 2.000 anos.
O mosaico também destaca a importância das mulheres na igreja cristã primitiva, mencionando nomes como Akeptous, Primilla, Cyriaca, Dorothea e Chreste, algo raro para a época. Não se sabe ao certo se elas eram patronas, mártires ou tinham outra função significativa, mas sua inclusão reflete a relevância dessas figuras na comunidade.
A equipe arqueológica encontrou também vestígios de um acampamento romano próximo, sugerindo uma coexistência pacífica entre romanos e cristãos naquela época.
Segundo os pesquisadores, o local provavelmente foi abandonado e coberto porque a Sexta Legião do Império Romano foi transferida para a Transjordânia - uma região localizada a leste do Rio Jordão.
"Esta é sem dúvida uma das descobertas arqueológicas mais importantes para a compreensão da igreja cristã primitiva. O mosaico ressalta o papel crucial das mulheres na igreja primitiva pelo fato de cinco mulheres serem mencionadas nele pelo nome. Verdadeiramente, o mosaico apresenta uma riqueza de novos dados para historiadores da igreja, como os Manuscritos do Mar Morto fizeram para estudiosos da Bíblia", afirmou Bobby Duke, diretor da Scholars Initiative no Museu da Bíblia, em nota.
Após a descoberta, o mosaico foi cuidadosamente estabilizado e dividido em 11 peças, sendo enviado para Washington, DC, para a exposição "O Mosaico de Megido: Fundamentos da Fé", no Museu da Bíblia, que permanecerá aberta até julho de 2025.
Apesar das críticas à decisão do IAA de emprestar um importante artefato cristão a um museu dos Estados Unidos, o retorno do mosaico a Israel está garantido. Ele será reinstalado no local original e exibido permanentemente, após a realocação da prisão de Megido.
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