Morte de menina de 1 ano por ameba rara é investigada no Ceará

As autoridades de saúde do Ceará estão investigando a morte de uma menina de 1 ano em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, suspeitando que ela tenha sido infectada pela ameba Naegleria fowleri, um organismo raro que causa meningoencefalite, uma infecção cerebral grave e geralmente fatal. O caso ocorreu em setembro e chamou a atenção devido à raridade da doença.

O secretário executivo de Vigilância em Saúde do estado, Antonio Silva Lima Neto, explicou que a ameba normalmente entra no organismo pelo nariz, atingindo rapidamente o sistema nervoso central. "E como é [uma doença] extremamente rara, normalmente os profissionais de saúde têm dificuldade de suspeitar de que se trata de um caso produzido por um germe tão raro", afirmou, de acordo com o portal g1.

Embora não haja registros oficiais de casos no Brasil, há relatos isolados em outras partes do mundo, geralmente ligados a banhos em lagos e lagoas. No caso investigado, a suspeita é que a criança tenha sido exposta à ameba enquanto tomava banho em casa.

“No nosso caso aqui, o que a gente está investigando? É como se fosse uma água que passou por um reservatório e aqueceu naturalmente pelo sol mesmo. Isso pode ter favorecido essa reprodução”, explicou Lima Neto, destacando que os sintomas da infecção — como febre alta e dor de garganta — podem ser facimente confundidos como sinais de outras enfermidades.

Análises laboratoriais

A infecção foi detectada após a morte da menina, quando profissionais do serviço de verificação de óbitos identificaram a presença suspeita do organismo durante análises laboratoriais. Amostras de água e fragmentos biológicos foram coletados e enviados para confirmação oficial.

Testes preliminares já apontaram a presença da ameba na água que abastecia a residência da família. Após essa descoberta, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em parceria com a Prefeitura de Caucaia, adotou medidas preventivas, incluindo melhorias no sistema de abastecimento de água, reforço na cloração e na filtragem, para evitar novos casos.