Um estudo envolvendo inteligência artificial está investigando os manuscritos de 1900 anos
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/04/2021, às 14h46
Um novo estudo publicado na revista científica PLOS ONE começou a investigar os mistérios dos manuscritos do Mar Morto que foram encontrados entre os anos de 1940 e 1950. Escritos há mais de 1900 anos, os textos foram analisados via inteligência artificial.
Segundo publicado pela BBC News, o principal manuscrito avaliado na pesquisa foi o Pergaminho de Isaías, considerado especial principalmente devido às suas 54 colunas estarem divididas em metade, mas ainda assim em um estilo muito similar.
Os pesquisadores extraíram vestígios de tinta do pergaminho, o maior dos textos encontrados. A partir daí, conseguiram desenvolver imagens digitais que permitiram uma visão mais detalhada do que estava escrito.
Foi somente com o estudo que os especialistas perceberam que duas pessoas diferentes escreveram o mesmo texto, cada uma delas responsável por uma das metades. A semelhança era tanta que passou despercebida durante décadas.
“Os traços de tinta antigos estão relacionados diretamente ao movimento muscular de uma pessoa e são específicos de cada pessoa”, escreveram os pesquisadores. “O cenário provável é um de dois escribas diferentes trabalhando juntos e tentando manter o mesmo estilo de escrita, mas revelando sua individualidade”.
Além de descobrirem que tratavam-se de dois escribas, os especialistas também sugeriram uma hipótese importante. Como concluído pela pesquisa, é possível que ambos tenham passado pelo mesmo treinamento de escrita. Pode ter sido "um pai [ensinando] um filho a escrever" ou até mesmo uma escola.
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