Preso em Guantánamo, em Cuba, Khalid Sheikh Mohammed pode escapar da pena de morte após acordos de confissão pelo ataque às Torres Gêmeas em 2001
Éric Moreira Publicado em 07/11/2024, às 08h47
Recentemente, um juiz militar dos Estados Unidos, Matthew McCall, decidiu que os acordos de confissão firmados por Khalid Sheikh Mohammed, suposto mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, são válidos. Com a decisão, que se opõe uma ordem anterior do Secretário de Defesa do país, Lloyd Austin, agora Khalid e outros dois réus podem escapar da pena de morte.
No fatídico 11 de setembro de 2001, terroristas da Al-Qaeda receberam atenção global após lançarem dois aviões contra as Torres Gêmeas, do World Trade Center, em Nova York, além de outra aeronave contra o Pentágono, em Washington. Ainda havia um quarto avião sequestrado, mas que caiu na Pensilvânia antes de alcançar seu objetivo; ao todo, quase 3 mil pessoas morreram nos ataques.
Agora, com a decisão recente, os três réus dos ataques terroristas — além de Khalid, também há Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi — poderão, em breve, se declarar culpados pelo crime, e com isso escapar da pena de morte. Os acordos foram negociados entre os promotores e os advogados de defesa, sob supervisão do governo e do oficial de mais alto escalão da comissão militar na base naval de Guantánamo.
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Conforme repercute o g1, logo após os acordos com Khalid Sheikh Mohammed terem se tornado públicos neste ano, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, emitiu uma ordem anulando as tratativas. Para ele, acordos em casos de confissão, no lugar de penas de morte, mesmo que sejam relacionados a um dos crimes mais graves cometidos no país, devem ser feitos apenas pelo secretário de Defesa.
Dessa forma, o caso já rendeu anos de audiências preliminares, a fim de determinar o destino dos réus. O Pentágono já vem analisando a decisão, mas até o momento nada foi oficialmente publicado; entretanto, um blog jurídico que acompanha o caso há anos atestou que McCall, em uma decisão de 29 páginas, concluiu que Austin não tinha autoridade para anular os acordos estabelecidos.
Isso porque acatar à ordem de Austin significaria que ele teria "poder de veto absoluto" sobre qualquer ato que discordasse, contrariando assim a independência do oficial responsável pelos julgamentos em Guantánamo. Agora, o julgamento dos três réus deve continuar, e não se sabe ainda se ocorrerá ou não, de fato, uma pena de morte.
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