Desde a década de 1980, pesquisadores nacionais alertaram para o eventual colapso do solo da região de Maceió, em razão da exploração de minérios
Redação Publicado em 01/12/2023, às 14h42
Na última quinta-feira, 30, a Defesa Civil de Maceió divulgou que o bairro Mutange permanece em alerta máximo, em razão do risco iminente de colapso da mina da Braskem. A autoridade pediu que as pessoas evitassem a circulação no local e a travessia de embarcações na lagoa próxima. Toda a região já foi desocupada devido ao afundamento do solo.
O local, que passou por uma vistoria na quarta-feira, 29, registrou cerca de cinco abalos sísmicos no último mês de novembro. Em um comunicado, a Defesa Civil Nacional, que também foi acionada, chamou a atenção para o "risco iminente de colapso" da mina número 18. Estudos realizados no local confirmaram o aumento na movimentação do solo, o que pode indicar o surgimento de uma imensa cratera.
A mina de número 18, mencionada acima, é composta por cavernas abertas que serviram para a extração de sal-gema durante décadas, mas foram interditadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) desde que ele confirmou que o colapso no solo da região foi causado pela atividade realizada pela Braskem.
Para acolher as famílias desabrigadas, a prefeitura de Maceió organizou uma força-tarefa emergencial na região. Alojamentos, comida, água e colchões foram providenciados, além de caminhões e ônibus para mudança e transporte.
Em nota, a Braskem informou que: "A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em comprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência."
Já na década de 1980, pesquisadores oriundos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) chamaram atenção para o colapso do solo em bairros de Maceió, capital do estado do Alagoas. Os estudos apontaram que, em razão da mineração de sal-gema realizada pela empresa Braskem, uma catástrofe estava por vir.
As pesquisas realizadas pela UFAL, divulgadas em 2010, alertavam que moradores corriam um grande risco, pois o aumento do nível do lençol freático na região poderia causar afundamento do solo, conforme repercutido pelo portal O Globo.
Oito anos depois, o desnivelamento se tornou evidente. Em alguns bairros, moradias e ruas passaram a apresentar rachaduras de até 280 metros de extensão, o que obrigou a Braskem a interromper suas atividades e evacuar os moradores das áreas mais críticas. Desde 2019, outros 14 mil imóveis foram desocupados, afetando a vida de 55 mil pessoas, segundo dados da prefeitura.
Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem compensasse as famílias afetadas pelo afundamento e reparasse os danos ambientais causados. Segundo informações do G1, após a mineração ser identificada como a causa principal da instabilidade do solo, a Braskem iniciou um amplo esforço para fechar e estabilizar 35 minas na área de Mutange e Bebedouro, cuja profundidade média atingia 886 metros.
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