Manto tupinambá produzido durante o século 16 teria dito que 'precisa regressar ao seu território'
Giovanna Gomes Publicado em 08/08/2023, às 11h13
O Brasil receberá de volta em breve um manto tupinambá do século 16 que foi levado para a Dinamarca durante o período colonial por exploradores dinamarqueses. Este manto, de grande valor histórico e cultural para os povos indígenas originários do Brasil, é confeccionado a partir de penas vermelhas de Guará, uma ave característica das regiões litorâneas da Bahia.
A antropóloga Glicéria Tupinambá, líder da aldeia Serra do Padeiro na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, desempenhou um papel fundamental na repatriação do objeto.
Ela, que também integra a equipe do Museu Nacional do Rio de Janeiro, viajou até a Dinamarca para inspecionar o manto — tradicionalmente confeccionado e usado por mulheres, como destaca o portal de notícias G1.
Em entrevista ao programa "Fantástico", a líder Tupinambá afirmou que sentiu uma conexão com o manto durante a visita e que a peça teria falado com ela, expressando a necessidade de retornar ao Brasil.
Ele fala que precisa regressar e voltar para o seu território, estabelecer uma relação entre os seus", disse Glicéria.
A antropóloga explicou que o manto tinha uma importância crucial nos rituais religiosos e representava um elemento vital para a identidade do Brasil.
Traz uma coisa para o povo brasileiro: esse pertencimento de que nós não somos vazios. A gente tem patrimônio, a gente tem uma história, a gente tem um pertencimento. Existimos, resistimos, lutamos, estamos aqui e temos como provar", finalizou.
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