País retoma a caça às baleias-comuns com leilão histórico; carne alcança preços exorbitantes e gera polêmica entre ambientalistas!
Redação Publicado em 16/12/2024, às 11h30
Na última quinta-feira, 12, o Japão registrou um marco significativo ao leiloar carne de baleias-comuns pela primeira vez em quase meio século. A venda ocorreu a preços que ultrapassaram US$ 1.300 (aproximadamente R$ 7.800) por quilograma, evidenciando o renascimento da prática comercial de caça às baleias nas águas japonesas.
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A Agência de Pesca do Japão anunciou que, neste ano, as baleias-comuns foram oficialmente incluídas na lista das espécies que podem ser legalmente caçadas. Essa decisão se insere em um contexto mais amplo de expansão das atividades pesqueiras no país, após a saída do Japão da Comissão Internacional da Baleia em 2019.
Historicamente, a baleia-comum foi designada como uma espécie protegida contra a caça excessiva desde 1976. No entanto, autoridades japonesas argumentam que estudos recentes indicam uma recuperação significativa das populações de baleias no Pacífico Norte, justificando assim a retomada da caça comercial.
Até o momento, cerca de 30 das 60 baleias permitidas foram capturadas nesta temporada. Além disso, o Japão estabeleceu uma cota total de captura de 379 para outras três espécies: minke, Bryde e baleia-sei.
O leilão realizado na principal ilha do país, Hokkaido, trouxe à tona cerca de 1,4 tonelada de carne fresca de baleias-comuns. Dentre os produtos leiloados, a carne de cauda, conhecida como "onomi", destacou-se ao alcançar o preço mais elevado do dia: 200.000 ienes (aproximadamente R$ 7.864).
Controvérsias em torno da caça às baleias persistem, com críticas contundentes de grupos ambientalistas. Embora os protestos tenham diminuído desde a transição do Japão para a caça comercial, a questão continua polêmica.
No ano anterior, as embarcações baleeiras japonesas capturaram 294 exemplares das espécies mencionadas, cifra que representa menos de 80% da cota estabelecida. As autoridades do setor atribuíram essa redução à influência das mudanças climáticas, enquanto críticos argumentam que a sobrepesca pode ser a verdadeira causa subjacente.
Nanami Kurasawa, líder da Dolphin & Whale Action Network, expressou sua oposição à reabertura da caça às baleias-comuns, enfatizando os riscos associados à recuperação populacional dessa espécie que quase foi extinta há algumas décadas.
Historicamente, a carne de baleia representou uma fonte acessível de proteína no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, atingindo um consumo anual de 233.000 toneladas em 1962. Contudo, nos últimos anos, esse número caiu drasticamente para cerca de 2.000 toneladas devido à substituição por outras fontes alimentares.
As autoridades japonesas almejam aumentar esse consumo para aproximadamente 5.000 toneladas para sustentar a indústria baleeira. Entretanto, especialistas levantam dúvidas sobre a viabilidade desse objetivo diante da diminuição do interesse do público pela carne de baleia e da alta competitividade com outras proteínas disponíveis no mercado.
Nobuhiro Kishigami, professor especializado em práticas tradicionais de caça às baleias no Museu Nacional de Etnologia em Osaka, observa que o consumo desse tipo de carne se restringe a algumas localidades e é raro em centros urbanos como Tóquio. Além disso, destaca que o preço elevado torna a carne uma iguaria e não um item comum na dieta diária dos japoneses.
"Sem grandes subsídios governamentais, será extremamente difícil tornar essa atividade sustentável", conclui Kishigami à Associated Press.
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