Estudo mostra que alguns desses animais foram enterrados vivos
Alana Sousa Publicado em 08/05/2019, às 14h00
Uma nova pesquisa, publicada na revista Archaeological Research in Asia, revela que filhotes de cães eram sacrificados na China, durante a Dinastia Shang. E alguns desses animais estavam vivos no momento do enterro.
A Dinastia Shang foi a segunda dinastia chinesa, e governou o Vale do Rio Amarelo da China entre 1600 a.C. e 1046 a.C.. Os Shangs realizavam sacrifícios humanos e animais. Enterrando seus mortos em poços de sepultamento, e os cães abaixo do esqueleto de seu dono falecido.
Segundo o estudo, o ritual tinha como propósito enviar os cães para guardar seu dono na eternidade.
Um dos autores da pesquisa, o arqueólogo do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova York, Roderick Campbell, explica: “Por que você sacrificaria um cachorrinho fofo? Por outro lado, se não é seu filhote e se você está vivendo em uma sociedade onde você não tem as mesmas suposições de cães e fofura, é um investimento mais barato”.
Os cientistas acreditam que a alternativa de utilizar os animais nesses rituais veio após uma busca por um menor custo na realização da prática. Campbell escreve em seu artigo que a teoria de que o sacrifício de cães substituiu o sacrifício humano se encaixa com outras tendências vistas na dinastia Shang: “Por exemplo, as pessoas eram às vezes enterradas com cerâmicas miniaturizadas ou bronzes falsos para a vida após a morte, em vez de bens reais”.
Apesar dos caninos serem um “guia eterno” na vida após a morte de seu falecido, a análise mostrou que não era possível que houvesse uma ligação forte entre homem e cachorro, ou que esses fossem animais de estimação. Tendo no máximo um ano de idade, a escolha dos filhotes pode ter sido aleatória.
Outros bichos também eram utilizados em tais cerimônias, ao longo da Idade do Bronze, ovelhas, cabras e gados foram sacrificados com maior frequência. Enquanto os cachorros em escolhidos em oferendas aos deuses do céu.
Os resultados foram alcançados após uma vasta pesquisa em dados de vários locais da Dinastia Shang.
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