Imagem meramente ilustrativa de um bonsai - Divulgação/Pixabay
Personagem

Herodes, o Grande, mantinha um jardim de bonsai em seu palácio de inverno, aponta estudo

Para as especialistas, o infame rei "queria controlar a natureza tanto quanto controlava seus súditos" ao cultivar plantas em um ambiente inóspito

Alana Sousa Publicado em 13/01/2021, às 12h30

Além de sua crueldade e desejo em criar palácios e estruturas luxuosas, vestígios das particularidades da vida do rei Herodes, o Grande, ainda estão sendo revelados por estudiosos. Ainda que tenha morrido em 4 a.C., o governante de Israel ainda é alvo de fascínio entre os pesquisadores. Agora, um detalhe sobre seu jardim em uma de suas ricas propriedades foi divulgado pelo renomado jornal Strata.

Ao estudar o palácio de inverno do rei, localizado em Jericó, a dupla Kathryn Gleason, arqueóloga e professora de arquitetura na Universidade Cornell, em parceria com Dafna Langgut, chefe do laboratório arqueobotânico da Universidade de Tel Aviv e do Museu Steinhardt de História Natural, conseguiu concluir que Herodes tinham um jardim de bonsai.

Retrato de Herodes repousado em seu trono / Crédito: Wikimedia Commons

 

Analisando evidências de pólen fossilizado, as estudiosas perceberam que o líder da Judeia também tinha um gosto refinado; mantendo em uma de suas residências, plantas cultivadas a partir da famosa técnica japonesa.

Em entrevista ao jornal israelense Haaretz, Langgut declarou: “Foi tão surpreendente que no início pensei que as amostras estavam contaminadas”. A descoberta só foi possível, pois, o “pólen é o material orgânico mais resistente da natureza”, assim podendo sobreviver por milhares de anos, explicou Dafna.

Para a pesquisadora, a insistência de Herodes em cultivar um jardim de bonsai num clima tão hostil mostra as raízes de sua personalidade, no mínimo, problemática. “Cultivar essas plantas em um ambiente desértico e miniaturizá-las envia uma mensagem muito clara: 'Posso dobrar a natureza à minha vontade'”, finaliza a especialista.

Sobre arqueologia

Descobertas arqueológicas milenares sempre impressionam, pois, além de revelar objetos inestimáveis, elas também, de certa forma, nos ensinam sobre como tal sociedade estudada se desenvolveu e se consolidou ao longo da história. 

Sem dúvida nenhuma, uma das que mais chamam a atenção ainda hoje é a dos egípcios antigos. Permeados por crendices em supostas maldições e pela completa admiração em grandes figuras como Cleópatra e Tutancâmon, o Egito gera curiosidade por ser berço de uma das civilizações que foram uma das bases da história humana e, principalmente, pelos diversos achados de pesquisadores e arqueólogos nas últimas décadas.  

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