Trata-se de uma tempestade em movimento há 190 anos; novas imagens do telescópio Hubble detalham o intrigante fenômeno
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/10/2024, às 21h06
Segundo a NASA, uma série de observações feitas com o telescópio Hubble ao longo de 90 dias, entre dezembro de 2023 e março de 2024, revelou que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter não é tão estável quanto se imaginava.
O fenômeno pode ser entendido como uma grande tempestade cósmica em constante movimento pelo planeta. Nesse processo, a GRS, como é conhecida pelos astrônomos, altera sua forma e tamanho, se comprimindo e expandindo gradativamente.
Os astrônomos classificam a Grande Mancha Vermelha como um anticiclone, ou seja, ela é caracterizada pela formação e circulação massiva de ventos na atmosfera de Júpiter. A GRS gira em torno de uma área central de alta pressão, ao longo de nuvens latitudinais espalhadas pelo planeta.
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O que surpreende na GRS, além da longa duração de dois séculos do fenômeno, é a sua aparente estabilidade em meio a alterações em seu movimento e tamanho.
Pesquisadores descreveram a observação da GRS pelo Hubble em um estudo publicado no Planetary Science Journal e apresentado publicamente no último dia 9, durante a 56ª reunião anual da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, em Boise, Idaho.
Em um comunicado emitido por Amy Simon, autora principal do estudo, ela afirma: "Embora soubéssemos que o movimento da tempestade varia ligeiramente em sua longitude, não esperávamos ver o tamanho oscilar também. Até onde sabemos, isso não foi identificado antes."
Simon complementa: "Esta é realmente a primeira vez que tivemos uma cadência de imagem adequada da GRS. Com a alta resolução do Hubble, podemos dizer que a GRS está definitivamente se contraindo e expandindo, ao mesmo tempo em que se move mais rápido e mais devagar. Isso foi muito inesperado".
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