"Seremos capazes de detectar formas de vida semelhantes às da Terra", diz autor de estudo sobre sonda que investigará Europa até 2030
A NASA pretende lançar, em outubro, a sonda espacial Europa Clipper, que durante cinco anos e meio, viajará para Europa; uma das 79 luas de Júpiter. O trabalho de investigação está previsto para durar quatro anos durante esse período.
Segundo pesquisadores da Universidade de Washington, em estudo publicado na revista Science Advances, o equipamento a bordo da nave pode detectar uma única célula viva num minúsculo grão de gelo ejetado dos oceanos da Lua — além de substâncias químicas que são componentes-chave da vida na Terra.
"Pela primeira vez, mostramos que mesmo uma pequena fração do material celular pode ser identificada por um espectrômetro de massa a bordo de uma espaçonave", disse Fabian Klenner, autor do estudo, conforme repercute o Daily Mail.
Os nossos resultados nos dão mais confiança de que, utilizando os próximos instrumentos, seremos capazes de detectar formas de vida semelhantes às da Terra, que acreditamos cada vez mais que possam estar presentes em luas oceânicas", continuou.
A escolha de estudar Europa se deu pelo fato da lua de Júpiter ser abundante em água e nutrientes específicos; o que pode significar que ela sustente vida.
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Para que um planeta tenha vida, os cientistas determinaram que são necessários três coisas: a existência de água líquida; a presença de moléculas de carbono; e uma entrada de energia, como a luz solar. Europa, aparentemente, tem todos eles.
Até o momento, cinco naves espaciais já visitaram o distante corpo planetário, mas apenas a sonda espacial Europa Clipper está preparada para apresentar os instrumentos mais poderosos de qualquer missão anterior, sendo desenvolvida com o objetivo de procurar vida.
Segundo o Daily Mail, o novo estudo se concentrou em uma bactéria comum chamada Sphingopyxis alaskensis — encontrada nas águas da costa do Alasca —, que é mais forte do que a maioria de outros organismos e por sua capacidade de sobreviver em ambientes frios com nutrientes escassos, características semelhantes às que a vida enfrentaria em Europa.
Eles são extremamente pequenos, por isso são, em teoria, capazes de caber em grãos de gelo emitidos por um mundo oceânico como Europa", disse Klenner.
Para a simulação, os pesquisadores o cenário do Surface Dust Analyzer (SUDA) do Clipper, que coletará os grãos de gelo e identificará sua química; o instrumento também é capaz de detectar íons com cargas negativas, permitindo captar ácidos graxos e lipídios.
"Para mim, é ainda mais emocionante procurar lípidos, ou ácidos graxos, do que procurar blocos de construção de DNA, e a razão é porque os ácidos graxos parecem ser mais estáveis", aponta Fabian.
"Com instrumentação adequada, como o Surface Dust Analyzer na sonda espacial Europa Clipper da NASA, pode ser mais fácil do que pensávamos encontrar vida, ou vestígios de isso, em luas geladas", complemente o autor sênior do estudo, Frank Postberg, professor de ciências planetárias na Freie Universität Berlin.