Governo da Alemanha apoia direito de expressão após Fifa vetar braçadeiras

Antes mesmo da bola rolar, a Copa do Mundo no Qatar já estampava as capas de vários jornais, devido às diversas polêmicas que surgiram durante a preparação do torneio e também às leis rígidas do país-sede, como por exemplo, proibição da homossexualidade.

Como forma de protesto, sete seleções europeias decidiram que, durante a competição, o capitão de cada time utilizaria uma braçadeira de arco-íris da campanha "One Love", para demonstrar apoio a comunidade LGBTQIAP+.

Entretanto, após a Fifa vetar o protesto informando que o jogador que utilizasse a braçadeira seria punido com um cartão amarelo logo no início da partida, as seleções optaram por não utilizar a faixa.

Conforme repercutido pelo G1, depois da ameaça da Fifa, o porta-voz da Alemanha, um dos sete países que declarou apoio a campanha, afirmou nesta quinta-feira, 23, que os direitos das minorias sexuais e de gênero não são negociáveis ​​para o país.

O porta-voz, que não teve o nome divulgado, declarou que Berlim, capital da Alemanha, lamenta o fato dos atletas estarem sendo proibidos de se expressar durante o torneio.

Nossa equipe representa nosso país e nossa diversidade e nós, como governo, somos da opinião de que o esporte pode escolher autonomamente seus próprios meios para fazer campanha por valores como diversidade e tolerância" afirmou o porta-voz.

Protesto dos jogadores da Alemanha

A Federação Alemã divulgou uma nota oficial antes da partida, informando que o capitão do país, Manuel Neuer, não iria utilizar a braçadeira multicolorida, em virtude do pronunciamento da Fifa.

Ainda segundo a fonte, tradicionalmente, os atletas de cada time se unem para tirar uma foto oficial da partida. Nesta quarta-feira, 23, a Alemanha estreou contra o Japão, e na hora da foto dos jogadores, os alemães posaram para foto com a mão na boca como forma de protesto.