A acusação feita com base no depoimento falso da aluna resultou na decapitação de um professor em outubro do ano passado
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/03/2021, às 13h45
A estudante responsável pela denúncia de islamofobia do professor Samuel Paty, na escola de Bois-d'Aulne, em um subúrbio de Paris, na França, admitiu que mentiu. A jovem, que não foi identificada, espalhou a história falsa, conforme confirmado por seu advogado à AFP. As informações foram repercutidas pelo G1.
No relato mentiroso, a aluna contou que, durante uma aula, o professor de história e geografia falava sobre liberdade de expressão e, antes de apresentar as caricaturas do jornal Charlie Hebdo, pediu que os estudantes muçulmanos deixassem a sala. Mas ela confessou: "[Eu] não estava presente no dia das caricaturas".
O pai da jovem apresentou uma denúncia à polícia francesa acusando Paty de islamofobia, com base no depoimento de sua filha. Além da acusação, Brahim Chnina também iniciou uma campanha contra o docente nas redes sociais, contando com o apoio do ativista islâmico, Abdelhakim Sefrioui.
Um refugiado checheno radicalizado, de apenas 18 anos, ouviu a história e decidiu colocar um fim à vida do professor. Em 16 de outubro do ano passado, o jovem decapitou Paty e foi logo morto pela polícia francesa.
"Ela mentiu porque se sentiu presa em uma sucessão de acontecimentos porque alguns de seus colegas pediram que fosse seu porta-voz", afirmou o advogado da aluna, Mbeko Tabula. Ele diz que "houve um verdadeiro desconforto e ela se sentiu obrigada a acrescentar para fazer valer a mensagem".
"A situação da menina era insustentável. Todos os elementos no processo do caso provam muito cedo que ela mentiu”, disse a advogada da família Paty, Virginie Le Roy, em entrevista à rádio RTL, conforme repercutido pelo Estadão.
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