Há 103 anos o último czar russo encontrava um fim brutal junto com sua família, mas antes enfrentou crises no governo e precisou abdicar o trono
Alana Sousa Publicado em 17/07/2021, às 09h00
Nicolau Romanov é descrito de muitas formas nos livros de História, mas algo que parece ser consenso entre os historiadores sobre o último czar da Rússia era sua incompetência e falta de habilidade para governar.
A Rússia do século 20 ainda tinha 85% da população vivendo no campo, e o sistema feudal havia ruído no século anterior; a agricultura passava por mudanças drásticas que resultavam no empobrecimento da população camponesa.
Enquanto Nicolau II vivia no luxo com sua família, o povo passava fome e enfrentava a miséria. As condições trabalhistas também não eram boas, com turnos de mais de 15 horas diárias, o baixo salário fez com que os operários, aos poucos, começassem a se revoltar contra o governo.
As greves ficaram cada vez mais frequentes. Por outro lado, Nicolau se tornava cada vez mais autoritário. O czar criou um departamento policial (chamado ‘Okrana’) para conter a insatisfação dos trabalhadores.
Um dos episódios mais infames que marcou o período que Nicolau Romanov ficou no poder foi o Domingo Sangrento, onde manifestantes foram atacados pelas autoridades em São Petersburgo, tornando o protesto em um verdadeiro banho de sangue.
Segundo explicou o mestre em História, Rainer Sousa, para o site Mundo Educação, após muita pressão, o czar decidiu criar a Duma, um parlamento onde era possível que pequenos líderes comunitários discutissem problemas do Império e melhorias para a situação social.
O que era para ser um avanço para a nação, instigou o lado sombrio de Nicolau, que não queria abrir mão de seu poder absoluto ou mesmo aceitar as demandas do povo.
A Duma abriu espaço para a aparição dos opositores do governo, que cada vez mais conseguiam apoio popular e apontavam os inúmeros erros cometidos pelo czar. Entre as ações mal planejadas de Nicolau, se destaca a guerra com o Japão, em 1904; o conflito resultou numa derrota devastadora para os russos.
Camponeses, soldados, marinheiros e operários estavam contra Nicolau. Para Sousa, o golpe final veio com a entrada do Império Russo na Primeira Guerra Mundial, as inúmeras mortes nas batalhas e a fome se alastrando por todo o território já não eram mais suportadas pelo povo.
Daniel Aarão Reis Filho, historiador e autor da obra ‘A Revolução Russa: 1917-1921’,conta que a entrada do país na guerra teve efeitos catastróficos: “começaram a faltar gêneros essenciais e a indústria, concentrada em atender às necessidades do Exército, não produzia bens de consumo corrente”.
Um protesto em fevereiro de 1917, no qual a população foi para as ruas e depredou lojas em busca de comida, fez com que Nicolau tomasse uma decisão extrema. Um mês depois, em 15 de março de 1917, o czar abdicou o trono.
Não só uma razão, mas o conjunto de ações equivocadas, autoritarismo, desperdício de dinheiro e armamento bélico levaram para o caminho que terminou com a renúncia do líder imperial.
Exilados, os Romanov foram alocados na Casa Ipatiev, onde eram vigiados 24 horas por dia. A situação que parecia controlada, no entanto, encontrou um desfecho sanguinário: todos os membros foram executados em 17 de julho de 1918, há 103 anos, por ordem do Soviete Regional Ural.
Irmão de Kate Middleton conta ‘interrogatório’ dos sobrinhos ao apresentar namorada
Monstro: Nova temporada de série da Netflix gera polêmica
Ator revela o diferencial da série da Netflix sobre os irmãos Menendez
Turista morre em trágico acidente após ser atingida por estátua
Que horas estreiam os episódios de 'Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais'?
Veja a restauração das obras vandalizadas nos ataques de 8 de Janeiro