O cantor Lupicínio Rodrigues - Divulgação / TV Globo
Lupicínio Rodrigues

Familiares pedem inclusão de nome de cantor em lista indicados ao Oscar de 1945

Cantor e compositor Lupicínio Rodrigues fez trilha sonora pra filme que concorreu ao Oscar, mas nunca recebeu os devidos créditos

Giovanna Gomes Publicado em 06/03/2023, às 11h53

No ano de 1945, o filme estadunidense "Dançarina Loura" (em inglês, "Lady Let’s Dance"), foi indicado ao Oscar de melhor trilha sonora pela canção "Se Acaso Você Chegasse", um dos maiores sucessos do cantor e compositor brasileiro Lupicínio Rodrigues (1914-1974). O músico, no entanto, jamais foi creditado por seu trabalho.

Hoje, quase 8 décadas após a premiação, a família de Lupicínio busca reparar o que considera ser uma grande injustiça contra o artista gaúcho. Em carta enviada à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o filho do cantor pede que o nome do brasileiro seja incluído entre os indicados.

"É motivo de incompreensão para nós que a contribuição do compositor Lupicínio Rodrigues segue, em pleno ano de 2023, passados mais de setenta e sete anos, sem o devido reconhecimento desta prestigiosa organização de Hollywood referente à autoria e participação na trilha sonora indicada ao Oscar, mesmo sendo um direito inalienável e irrenunciável", diz o texto assinado por Lupicínio Rodrigues Filho.

Descoberta do caso

De acordo com informações do portal de notícias G1, o caso foi descoberto durante a produção do documentário "Lupicínio Rodrigues, Confissões de um Sofredor", o qual foi dirigido por Alfredo Manevy e lançado em 2022. Segundo a pesquisa, o artista chegou a assistir ao filme na época e ficou lisonjeado com o uso de sua composição.

"Lupicínio é um exemplo da força e da vitalidade da música brasileira, daquilo que diz muito sobre a nossa alma. E a música brasileira é muito querida mundo afora, então nada mais justo que Lupicínio tenha seu nome creditado devidamente e possa nos orgulhar como o primeiro brasileiro indicado ao Oscar, em 1945", declarou Manevy à fonte.

Para o filho do músico, "na singeleza e na modéstia que o pai sempre teve, tudo nos leva a crer que ele nunca tomou conhecimento deste caso. O pai universalizou sua obra mesmo na sua candura, mesmo sem ir atrás disso. A obra dele se criou por conta própria. Naquele período, um cidadão gaúcho de meia idade conquistando um patamar que não era a sua forma de vida, entrando em um ambiente totalmente fora do contexto dele, para disputar um título desta natureza, é notável".

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