Julián Gallo confessou alguns dos crimes cometidos pela organização comunista, extinta em 2017
Alana Sousa Publicado em 19/09/2020, às 14h00
Na tarde de ontem, 18, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) admitiu que a guerrilha recrutava menores de idade para o combate armada, assim como a existência de casos de assédio sexual dentro do movimento de inspiração comunista — extinto em 2017. A informação foi divulgada pelo portal UOL.
Julián Gallo, de 59 anos, prestou depoimento no tribunal da paz da Colômbia e disse que, apesar de não ser tão recorrente, muito menos uma regra da FARC, o grupo aceitava a entrada de pessoas cuja idade mínima era 15 anos.
“Isso está consignado em vários documentos internos (...) Não havia informações específicas sobre em quais unidades, em quais áreas e em quais regiões esse fenômeno estava ocorrendo. Mas é claro que ocorreu”, relatou Gallo.
O membro da FARC pertencia ao grupo conhecido como comando Oriental, e também confirmou que, conforme a guerrilha crescia e ganhava novas proporções, os casos de violência sexual também ocorriam.
“À medida que aumenta a presença de mulheres nas fileiras guerrilheiras, começaram a surgir problemas que ocorrem nas relações comuns entre homens e mulheres: situações de assédio, principalmente de comandantes por terem favores sexuais, todo esse tipo de situações nos foram apresentadas”, disse o ex-comandante.
A confissão de Gallo foi a primeira a vir a público desde que os julgamentos de ex-membros da organização tiveram início há um mês.
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