Durante toda a 15ª Dinastia, o país dos faraós foi dominado por um grupo estrangeiro que, segundo antigas interpretações, teria invadido o território multicultural de forma violenta
Pamela Malva Publicado em 16/07/2020, às 08h00
A partir da análise do esmalte nos dentes de 75 antigos egípcios, arqueólogos da Universidade de Bournemouth descobriram novas pistas sobre o passado do país. Nesse sentido, ficou claro para os cientistas que o Egito era um centro multicultural.
Governado pelos hicsos, uma dinastia estrangeira, entre 1638 e 1530 a.C., o território dos faraós sempre demonstrou ser muito diverso. Com o novo estudo, no entanto, os pesquisadores descobriram que a pluralidade não foi resultado de invasões.
Muito pelo contrário, o resultado das análises mostrou que o Egito era o destino escolhido por múltiplos imigrantes. “Em vez das velhas teorias escolásticas de invasão, vemos mais pessoas, especialmente mulheres, migrando para o Egito antes do governo dos hicsos”, explica o arqueólogo Chris Stantis.
Segundo o especialista, essa onda de deslocamentos sugere “mudanças econômicas e culturais que levam ao domínio estrangeiro e não à violência”, como imaginava-se anteriormente. Portanto, ao invés de um grupo invasor estrangeiro, os hicsos, na verdade, subiram ao poder lentamente, por dentro das camadas sociais do Egito.
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