Pesquisadores reexaminaram o que o homem comeu antes de morrer, provavelmente durante um ritual
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/07/2021, às 12h02
Perto da cidade de Silkeborg, na Dinamarca, um cadáver bem preservado foi encontrado em 6 de maio de 1950. A surpresa viria com a autópsia: a morte do homem aconteceu há 2.400 anos, o que fez dele uma das mais antigas múmias naturais da História.
Um estudo publicado na revista científica Antiquity reexaminou o corpo mumificado para entender detalhes sobre a última refeição do homem do século 4 a.C. Os responsáveis foram a pesquisadora Nina H. Nielsen, do Museu de Silkeborg, na Dinamarca, e seus colegas.
Para a investigação, o conteúdo do intestino do Homem de Tollund, como a múmia ficou conhecida, foi analisado, o que revelou que ele, entre 12 a 24 horas antes de morrer em um provável sacrifício ritual, teve uma refeição saudável. As informações foram repercutidas pelo portal da revista Nature.
Os cientistas descobriram que o homem comeu um mingau feito de sementes, que continha cevada e linhaça. A novidade é a identificação de vestígios de sementes de persicária, uma erva daninha que geralmente era tirada durante a colheita de cevada.
É possível que o ingrediente tenha sido colocado depois do processo de debulha, já durante a preparação do mingau. Isso teria sido feito porque a refeição seria comida durante um ritual de sacrifício humano.
Além disso, acredita-se que o mingau também contou com peixe como um de seus ingredientes principais.
A pesquisa também ressaltou que foram encontrados proteínas e ovos de vermes intestinais dentro do intestino do indivíduo, o que pode sugerir que ele sofreu com infecção de parasitas antes de morrer. É provável que isso tenha sido em decorrência de consumo de comida ou água contaminadas.
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