Em entrevista, Christopher Nolan rasgou elogios ao filme que mais chamou sua atenção entre os lançamentos de 2024; confira
Thiago Lincolins Publicado em 19/12/2024, às 14h35
O diretor Christopher Nolan, conhecido por seus trabalhos aclamados e vencedor do Oscar, compartilhou sua admiração pelo filme "Gladiador 2", dirigido por Ridley Scott, em uma entrevista à Variety, descrito como o seu favorito do ano.
Nolan, de 54 anos, destacou o "brilhantismo" e as inovações trazidas pelo veterano cineasta de 87 anos.
O diretor começou sua análise ressaltando uma citação marcante do primeiro "Gladiador", onde Maximus questiona o público.
“No primeiro ‘Gladiador’, Maximus nos pergunta: ‘Vocês não estão entretidos?’ e somos confrontados com a verdade sobre o porquê visitamos o Coliseu nos filme. Scott sabe que não estamos lá para obter informações sobre a cultura romana; estamos lá para ver nossos desejos sombrios de uma forma confortável. Ele é um diretor experiente demais para ser pego fazendo paralelos com o nosso tempo. Ele deixa o mundo de “Gladiador 2” falar por si”, relembra o diretor de "Oppeheimer".
Sobre a narrativa do novo filme, Nolan mencionou elementos intrigantes, como a presença de tubarões no Coliseu, que simbolizam as demandas do público contemporâneo.
Ele observou que Scott habilmente utiliza essa metáfora para discutir como os jogos eram empregados na manipulação da opinião pública, levando o espectador a refletir sobre as semelhanças com a arena pública atual.
Além disso, Nolan descreveu "Gladiador 2" como uma combinação única de remake e sequência.
"Como as melhores sequências tão esperadas, ‘Gladiador 2’ é um remake e uma sequência em um só, e é uma prova do brilhantismo de Scott que ele consegue equilibrar o pathos individual do original com as demandas expansionistas do tema central da sequência, trazendo uma vida inteira de experiência no controle do tom”, continuou Nolan.
A direção de Scott foi um ponto central na análise de Nolan, que destacou seu uso inovador da câmera e a importância do design de produção.
“Scott eleva o jogo com a encenação de sua ação – sua mise-en-scène incrível, hiperobservadora e multicâmera (tão diferente do original). O efeito não é apenas entreter, mas levar-nos à consciência dos temas do filme. Poucos cineastas trabalharam de forma tão invisível em vários níveis. Em filmes de ‘Blade Runner’ a ‘Thelma e Louise’ e ‘Gladiador 2’, a densidade visual da arte de Scott serve de contraste para sua clareza temática subjacente”, destacou.
O diretor também comentou sobre as contribuições visuais significativas que Ridley Scott trouxe ao cinema desde os anos 70. Embora alguns críticos tenham considerado essas inovações superficiais, Nolan defendeu que a fotografia rica e o design meticuloso proporcionaram uma nova profundidade à linguagem visual do cinema.
Ele citou especialmente a cena de abertura de "Gladiador 2", onde Paul Mescal captura habilidosamente a essência do grão colhido do trigo presente no filme original.
A história de "Gladiador 2" se passa 16 anos após os eventos do primeiro filme. O enredo gira em torno de Lucius, filho de Lucilla e sobrinho de Commodus, cuja infância foi marcada pela figura inspiradora de Maximus.
No primeiro filme, Lucius era interpretado por Spencer Treat Clark como uma criança; agora, Paul Mescal assume o papel principal.
Quando ainda jovem, Lucilla enviou Lucius para Numídia, na costa norte da África. Ao crescer, ele vive como um bárbaro até que sua terra natal é invadida por conquistadores romanos liderados por um general.
Capturado como prisioneiro de guerra e vendido como escravo, Lucius é forçado a lutar no Coliseu e se transforma em gladiador em busca de vingança.
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