A ditadura uruguaia aconteceu entre 1973 e 1985, deixando cerca de 200 mortos
Isabelly de Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 16/01/2023, às 16h31
A extradição de um médico acusado de ajudar os militares a torturar dissidentes durante a ditadura militar uruguaia, na década de 1970, foi aprovada pela Suprema Corte da Espanha. O tribunal espanhol informou a extradição do profissional para o Uruguai nesta segunda-feira, 16.
Um depoimento foi a base do pedido de extradição, feito por um tribunal de Montevidéu. Nele, há o depoimento de 8 vítimas que alegam que o médico Carlos Américo Suzacq aconselhou militares sobre quando parar ou continuar a tortura em um centro de detenção do 6º Regimento de Cavalaria Mecanizado em Montevidéu.
O médico teria atuado no local entre os anos de 1972 e 1975. Segundo a Reuters, via UOL, a corte citou crimes de abuso de autoridade contra detentos, privação ilegal de liberdade e ferimentos graves, todos classificados como crimes contra a humanidade.
Suzacq se opôs à extradição alegando ter cidadania espanhola, que fora conquistada em 1978 através de casamento. Ele também contou ter, desde 1977, raízes na Espanha, principalmente quando se exilou e fixou residência no país ibérico, onde trabalhou como médico.
O médico alegou haver um estatuto de limitações, já que a Espanha introduziu crimes contra a humanidade e tortura no código penal, após muitos anos. Durante a ditadura, que ocorreu entre 1973 e 1985 no Uruguai, cerca de 200 uruguaios foram sequestrados e mortos, enquanto milhares foram jogados em prisões, onde aconteciam as torturas.
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