Monólito "pedra do dragão" sob a qual foram encontradas duas sepulturas infantis - Divulgação/A. Hakhverdyan
Arqueologia

Enterros de recém-nascidos são descobertos em 'pedra do dragão' na Armênia

Novo estudo revelou dois túmulos de recém-nascidos sob monólito "pedra do dragão" decorado na Armênia, em caso único registrado; confira!

Éric Moreira Publicado em 04/06/2024, às 13h37

Um novo estudo publicado na revista Science Direct descreveu uma descoberta inédita em toda a Armênia. No sítio arqueológico de Lchashen, foram encontradas dois sepultamentos de recém-nascidos sob uma "pedra do dragão" pré-histórica.

Também conhecidas como vishapakar, as "pedras do dragão" nada mais são que monólitos de basalto que podem ser encontrados em várias partes das Terras Altas da Armênia.

Geralmente, elas são decoradas com imagens esculpidas de animais, muitas vezes cabeças de peixes ou serpentes, representando possivelmente os vishaps, um dragão de água do folclore armênio. O fato de serem sempre encontradas perto de nascentes ou canais em montanhas indica que podem ter alguma associação ritualística com a água.

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Descoberta

A descoberta em questão se deu em uma dessas "pedras do dragão" localizadas no sítio de Lchashen, na extremidade noroeste do lago Sevan, em uma grande altitude. Nela, há a representação de um bovídeo sacrificado na aldeia de Lchashen, com um líquido fluindo de sua boca — que poderia ser água ou sangue.

Segundo o Heritage Daily, foi encontrada sob o monólito uma cova do século 16 a.C. em que, dentro, havia dois enterros. Uma análise de DNA apontou que eram duas meninas, eram aparentadas em segundo grau, ou seja, eram intimamente relacionadas.

Além das recém-nascidas, também encontraram na cova cerâmicas pintadas, um grampo de cabelo de bronze, uma conta de cornalina, uma agulha feita de osso, um fragmento de obsidiana e ossos de outro humano, um adulto. A descoberta num todo, por sua vez, se destaca por ser a única em todo o país de um sepultamento abaixo de uma "pedra do dragão"

Na Arménia da Idade do Bronze Final em geral e em Lchashen em particular, os enterros de crianças são raros, e o enterro de dois recém-nascidos combinado com uma estela [como também são chamados os monólitos] monumental é único", destacam os autores no estudo.

"No Sul do Cáucaso, as estelas são por vezes utilizadas para marcar sepulturas. No entanto, dos 454 túmulos da Idade do Bronze escavados em Lchashen, nenhum foi marcado por qualquer tipo de estela. Apenas este túmulo foi marcado com uma 'pedra de dragão'", acrescentam.

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