Revelação de um navio funerário viking em 2018 resultou em impressionantes descobertas
Giovanna de Matteo Publicado em 11/11/2020, às 09h34
Em 2018, arqueólogos descobriram um navio viking enterrado no subsolo em Gjellestad, no sudeste da Noruega, após impressionantes análises com um radar de penetração no solo (GPR). Desde então, o local que aquele povo criou séculos atrás se tornou um centro de pesquisas e passou por novas varreduras e escavações, resultando em novas descobertas.
Ao longo do tempo eles encontraram um total de 13 túmulos naquela área, desde a sepultura do navio até enterros onde foram reveladas estruturas que parecem ritualísticas, segundo divulgado em um novo estudo, publicadas online na terça-feira, 11, na revista Antiquity.
A concentração dessas novas descobertas foi realizada ao norte de Jell Mound - um monte da Idade do Ferro de cerca de 1.500 anos, que já havia sido escavado anteriormente.
Esses outros sepultamentos, que ligaram Jell Mound a uma rede maior de sepulturas em Gjellestad, constatou que o local teria sido um importante cemitério que durou séculos, já que o estudo revelou que o navio viking fora enterrado mais de 100 anos depois que essa área já existia.
Anteriormente, pingentes de ouro foram encontrados próximo de Jell Mound. Artefatos como esses eram comuns em enterros de mulheres ricas de alto status na Idade do Ferro, por isso o local passou a ter relevância. Com esse novo estudo a hipótese anterior foi confirmada.
Por lá também foram identificadas estruturas menores, o que pode representar uma casa; um templo; e o maior, que chegava a 38 cm, parece ser um salão de festas, que eram comuns em assentamentos Viking.
"A única estrutura que pode ser datada com segurança da Era Viking em Gjellestad é o enterro do navio, mas, levando todo o local em consideração, podemos dizer que foi importante para a elite exibir seu status por meio de rituais funerários luxuosos e cuidadosamente planejados", disse Lars Gustavsen, um dos autores do estudo, em entrevista à Live Science. "Acreditamos que a inclusão de um cemitério de navio no que provavelmente era um cemitério já existente - e de longa duração - foi um esforço para se associar a uma estrutura de poder já existente", acrescentou o arqueólogo.
Segundo ele, enterros de navios desse tamanho - 20 m de comprimento - são extremamente incomuns. Ainda não se sabe por que os vikings tinham costumes de enterrar seus barcos, mas Gustavsen tem uma suposição: "como se tratava de sociedades com uma identidade intimamente ligada ao mar e à navegação, o navio poderia, neste contexto específico, ser visto como uma embarcação que transporta os mortos do reino dos vivos para o reino dos mortos... Ou pode ser simplesmente uma exibição de riqueza, ou para demonstrar que pertence a uma determinada classe social e política."
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