Há um ano movimentos políticos-sociais se levantaram contra o governo chileno, e tudo começou com um aumento na tarifa do transporte público
Giovanna de Matteo Publicado em 20/10/2020, às 10h59
Desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet e a redemocratização, em 1990, o Chile é um dos países mais estáveis da América Latina, apresentando bons níveis em sua macroeconomia; no entanto, desde 2019 o país tem sido tomado por manifestações e protestos que incluíram diversas ações caóticas.
O que fica em nossa mente perante os eventos enigmáticos do Chile são, então, as mais curiosas perguntas: o que motivou a rebelião dos chilenos? E por que os atos de vandalismo estão tão presentes em todos os movimentos?
O primeiro ato
Os primeiros protestos aconteceram em outubro de 2019, quando manifestantes de todo o território se levantaram contra o aumento de preço das tarifas de transporte público nos horários de pico, que já começou com confrontos com a polícia, o fechamento do metrô de Santiago e vandalismos.
Milhares de pessoas, principalmente estudantes, foram chamados e incentivados nas redes sociais pelo movimento #EvasionMasivaTodoElDia (evasão massiva o dia todo) para participar dos protestos.
Eles se organizaram para derrubar os portões das estações, destruir as catracas e passar pelos controles de acesso do metrô.
No entanto, o governo contra-atacou invocando e endurecendo a Lei de Segurança de Estado, que autoriza agilizar processos judiciais e efetuar penas mais firmes contra aqueles que ameaçarem destruir o patrimônio público. Isso enfureceu os manifestantes, mas, diga-se de passagem, não mudou tanto o comportamento deles.
Afinal, o povo estava lutando por igualdade. Mesmo com uma economia estável, grande parte da população não se beneficia dela. Para os chilenos, o aumento do preço do transporte foi a gota d'água, e um afronte ao povo quando o governo deu a entender que os trabalhadores que não quisessem pagar o aumento, poderiam simplesmente acordar mais cedo para utilizarem o transporte pelo preço normal.
O presidente Sebastián Piñera até voltou atrás pedindo perdão, e finalmente cancelou o aumento, mas, a resposta foi essa: o Chile permaneceu em chamas, em busca de mais.
Embora o Chile detenha da maior renda per capita da América Latina, a desigualdade social é fator marcante.
Os últimos eventos aconteceram no último final de semana, no aniversário de um ano do início das manifestações sociais no país. O acontecimento que marcou o evento foi um incêndio causado por alguns manifestantes em duas Igrejas na Praça Itália, em Santiago - a capela dos Carabineiros San Francisco de Borja e a paróquia Asunción.
Os atos ocorreram uma semana antes de um novo plebiscito constitucional começar a ser produzido, que definirá o futuro do país, ainda incerto. O que se sabe até agora é que a nova constituinte pode ser a primeira igualitária, com colaboração social e paridade de gênero, tendo em vista a participação equitativa de mulheres na formulação da nova constituição.
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