Pesquisadores estudaram formação incomum em região isolada do país — e o resultado surpreendeu
Alana Sousa Publicado em 07/10/2020, às 12h00 - Atualizado às 12h18
De acordo com uma pesquisa recente realizada por pesquisadores da Universidade de Alberta, diamantes com vestígios de ouro encontrados na região norte do Canadá podem revelar mais sobre as condições térmicas da crosta da Terra há bilhões de anos.
O estudo teve início após o ex-cientista Val Jackson do Ex-NWT Geological Survey alertar o grupo liderado por Graham Pearson, pesquisador da Faculdade de Ciências do Canadá, sobre um peculiar afloramento na costa ártica do país, que muito se assemelhava com depósitos de ouro de Witwatersrand, na África do Sul, “que já produziram mais de 40% do ouro minado na Terra”, segundo Pearson.
A equipe então se locomoveu ao local para entender o que estava acontecendo, tanto para compreender sobre a formação dos diamantes, quando para preservar a indústria de mineração do Canadá.
No extremo norte do país, os pesquisadores encontraram e dataram as rochas em três bilhões de anos atrás. A descoberta surpreendeu os especialistas, que não imaginavam que, um ano depois, o conglomerado de 15 quilos retirados da região daria fruto a três diamantes.
"Normalmente as pessoas pegariam centenas de quilos, senão toneladas de amostras, para tentar encontrar tantos diamantes. Conseguimos encontrar diamantes em 15 quilos de rocha que amostramos com uma marreta em um afloramento de superfície”, disse Pearson.
Os resultados também impressionaram dada que a formação de diamantes acontece somente em partes frias do manto, sugerindo que há bilhões de anos, deveria existir uma camada fria e profunda abaixo do continente logo no início da história do planeta. "Isso é algo completamente inesperado do que pensamos que as condições eram há três bilhões de anos na Terra”, explicou Graham.
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