Saturnalia tupiniquim - Divulgação/Johnny "Mingau" Pauly Vieira
Arqueologia

Descoberta no Rio Grande do Sul desvenda o rosto de um dinossauro ancestral

Fóssil quase completo revela detalhes inéditos sobre um dos mais antigos dinossauros do mundo, desafiando antigas teorias sobre sua dieta e hábitos

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 18/12/2024, às 12h00

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) fizeram uma descoberta que reescreve a história dos dinossauros. Ao analisar um crânio quase completo de um Saturnalia tupiniquim, um dos mais antigos dinossauros já encontrados no mundo, os cientistas revelaram uma face surpreendente e desafiaram antigas teorias sobre a dieta e hábitos desse réptil pré-histórico.

O fóssil, encontrado em 2018 no sítio fossilífero Cerro da Alemoa, em Santa Maria (RS), pertence a um dos três indivíduos da espécie analisados no estudo. Apelidado carinhosamente de "Gracinha" por sua delicada morfologia, o crânio preservado em excelente estado revelou detalhes inéditos sobre o Saturnalia tupiniquim. Com um crânio curto e afunilado, e dentes em forma de punhal e serrilhas, o animal apresentava características típicas de um carnívoro.

Crânio do Saturnalia tupiniquim - Rodrigo Temp Müller

 

Essa descoberta contrasta com a ideia de que o Saturnalia tupiniquim, apesar de pertencer à linhagem dos dinossauros gigantes de pescoço longo e dieta herbívora, era um animal de hábitos carnívoros. Com aproximadamente 1,5 metro de comprimento, o dinossauro manteve o tamanho corporal reduzido e os hábitos carnívoros de seus ancestrais, revelando traços primitivos.

A pesquisa foi conduzida por Lísie Damke como parte de seu mestrado em Biodiversidade Animal na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sob a orientação do Dr. Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA/UFSM). Contou ainda com a colaboração dos renomados pesquisadores Dr. Max Cardoso Langer, da Universidade de São Paulo (USP), e Dr. Átila Augusto Stock Da-Rosa, também da UFSM.

Debate

Segundo o G1, a nálise detalhada do crânio também resolveu um debate científico que se arrastava desde 1999, quando os primeiros ossos cranianos da espécie foram descritos.

Na época, os pesquisadores sugeriram que o Saturnalia tupiniquim possuía um crânio pequeno em comparação a outros dinossauros da mesma época. A nova descoberta confirma essa hipótese e revela que o crânio do Saturnalia era adaptado para movimentos rápidos, facilitando a captura de presas.

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