É a primeira vez que pesquisadores identificam evidências de que neandertais podem ter habitado a região no passado
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 17/02/2021, às 07h00
Na década de 1920, cientistas descobriram fósseis na caverna Shuqba, localizada a noroeste de Jerusalém, apenas 400 km de distância do Cairo, no Egito. Entre eles, estava um dente fossilizado, que permaneceu em uma coleção particular por décadas.
Agora, pesquisadores do Instituto Max Planck puderam reavaliar o dente, que está atualmente no Museu de História Natural do país. Em um estudo publicado na revista científica Scientific Reports, os arqueólogos escreveram que o dente era de uma criança neandertal.
De acordo com Clément Zanolli, da Universidade de Bordeaux, o indivíduo tinha idade entre sete e 12 anos. Essa identificação se tornou evidência de algo muito maior: da possibilidade de os hominídeos terem vivido na África no passado, já que a região está próxima do continente.
“Até agora não temos nenhuma evidência direta da presença de um Neandertal na África”, afirmou Chris Stringer, do Museu de História Natural. “Mas a localização de Shuqba ao sul, apenas cerca de 400 km do Cairo, deve nos lembrar que eles podem até ter se dispersado na África”.
Além dos fósseis, os pesquisadores também encontraram ferramentas no local. “Acredita-se que as ferramentas de pedra encontradas lá sejam produtos de humanos modernos", disse Stringer.
É possível, portanto, que eles tenham usado tais ferramentas. "Este dente reflete uma ocupação de longo prazo, em vez de visitas esporádicas. É provável que esses tipos de ferramentas também tenham sido feitos por Neandertais", afirmou o pesquisador.
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