O país sul-americano possui o combustível mais barato em todo o mundo. Mesmo assim, nem todos conseguem encher seus tanques
Giovanna Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 04/03/2021, às 09h03
Conhecida pelo petróleo em abundância e pela crise econômica, a Venezuela é constantemente tema de acalorados debates. Mas há algo um tanto peculiar entre os venezuelanos que chama muito a atenção: eles possuem a gasolina com o preço mais acessível do mercado.
O combustível no país é tão barato, mas tão barato que muitas pessoas chegam a nem pagar por ele.
Uma matéria da BBC mostrou como frentistas de postos de gasolina estão acostumados a receber variados itens como forma de pagamento, desde canetas marca texto até cachos de banana e cartelas de ovos, que, em contrapartida, possuem preços exorbitantes. Há ainda as ocasiões em que clientes mais privilegiados deixam notas de um dólar como forma de agradecimento, o que sempre é comemorado.
Alexis Bozalo, entrevistado pela BBC costuma encher o tanque de sua moto pagando 500 bolívares, o que significa menos de 0,10 dólar. "Faço isso porque é de coração", disse ele, que afirma: "A gasolina é a única coisa barata na Venezuela".
A verdade é que a moeda vezuelana é tão desvalorizada que, em maio 2019, época em que foi feita a matéria, o salário mínimo no país era de 40 mil bolívares e equivalia a menos de 10 dólares.
"Aqui nos banhamos em petróleo", disse um frentista. É por esse mesmo motivo que ele se incomoda com os "clientes que nem pagam".
Contudo, se por um lado há enormes reservas de petróleo no país sul-americano, por outro há também problemas de abastecimento em vários estados, como é o caso de Zulia, Bolívar e também Tachira. Nessas regiões, as pessoas enfrentam filas intermináveis para obter gasolina.
Assim, com a escassez, tornou-se comum, inclusive, o contrabando de combustível. Além disso, em cidades como Tumeremo, ambulantes trocam gasolina, bolívares em espécie e ouro.
De acordo com a moradora de San Cristóbal, Vanessa Rubio, obter gasolina na região "está se tornando uma questão de sobrevivência dos mais fortes. É preciso muita energia para passar quatro dias na fila." Ela ainda relatou: "Cheguei na quinta-feira às 8h da manhã em uma fila de aproximadamente 5 quilômetros. Um senhor passou distribuindo senha para os carros e me deu o número 745."
O problema é causado tanto pela gestão ineficiente da estatal PDVSA, responsável pela produção de petróleo, quanto pelas sanções impostas pelos Estados Unidos ao país.
"San Cristóbal virou um grande estacionamento no qual as pessoas estão dispostas a bater umas nas outras para defender seu lugar na fila." Muitos chegam a pagar pelos primeiros lugares, na expectativa de comprar gasolina pelo preço oficial. Conforme explicou Rubio, "há pessoas que oferecem até 50 mil ou 60 mil pesos colombianos", moeda que tornou-se recorrente na Venezuela em razão da desvalorização do bolívar.
+Saiba mais sobre a Venezuela através das obras abaixo, disponíveis na Amazon:
Hugo Chávez, o espectro, de Leonardo Coutinho (2018) - https://amzn.to/2BpED88
Nicolás Maduro: The Life of Nicolás Maduro, de History by the Hour (eBook) - https://amzn.to/3hpbSaY
Como destruir um país, de Marcelo Suano (2019) - https://amzn.to/30BRnRt
Presidente Nicolás Maduro, de Anthony Dreyer (2019) - https://amzn.to/2E1DZ1o
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro