Lançado recentemente para PC, o game da PlayStation apresenta deuses, mitos e narrativas para quem curte as histórias da Escandinávia
Redação Publicado em 31/10/2024, às 14h00
Um dos últimos lançamentos para PC realizados pela PlayStation foi God of War: Ragnarök, que chegou à nova plataforma em 19 de setembro deste ano. Lançado originalmente para PS5 e PS4, o mais recente título da franquia da Santa Monica Studio traz a conclusão da história de Kratos, personagem principal da franquia, e seu filho Atreus pelos nove reinos da mitologia escandinava — também conhecida como nórdica.
Antes de tudo, é preciso entender a narrativa do jogo e sua relação com as histórias nórdicas. God of War: Ragnarök se passa três anos após o evento do jogo de 2018, com Atreus um pouco mais velho e tentando entender suas origens e a importância de seu nome de batismo. À medida em que a busca por respostas ameaça desencadear o Ragnarök, o fim dos tempos Nórdicos, Kratos irá auxiliar seu filho em sua jornada por explicações, acompanhado novamente da cabeça de Mimir. Em algum momento de sua busca, os personagens irão se encontrar com Tyr, o Deus da Guerra Nórdico.
Com o Ragnarök se aproximando, a guerra contra Asgard será inevitável e novos inimigos estarão no caminho de Atreus, incluindo o temido Thor. Além dele, rivais antigos também estão presentes, como Freya, que jurou destruir Kratos e seu filho após derrotarem seu filho Baldur. Anteriormente uma aliada, a ex-esposa de Odin nutre uma grande ira contra os protagonistas e fará de tudo para vingar a morte de seu descendente.
Os nove reinos citados no jogo são ligados pela Yggdrasil, a árvore da vida localizada no centro do Universo e que representa o eixo do mundo. São eles:
Midgard: É o reino dos homens mortais. No jogo, é o mundo em que Kratos e Atreus começam a jornada.
Nilfheim: Originalmente, este é um reino de neve, névoa e vento infinitos. De acordo com a mitologia, o anão Ivaldi decidiu ir até o local para se aproveitar dos elementos daquele mundo e criar algo que chocou tanto os homens quanto os Deuses. Entretando, Odin não gostou muito da ideia de anões criarem coisas que pudessem desafiar o poder dos deuses. Houve um conflito entre eles no qual Ivaldi acabou transformando a névoa de Nilfheim em veneno, algo que acabou matando ele próprio. No game, quando Kratos e Atreus chegam até lá, percebem que não existe mais gelo e nem vento soprando em lugar algum.
Muspelheim: É o “Reino do Fogo”, conhecido como a casa de Surtr e dos descendentes dos Gigantes de Fogo. A história diz que o lugar é responsável pelo calor presente em todos os Nove Reinos da mitologia nórdica e que uma profecia coloca os gigantes de fogo como responsáveis por queimar e destruir o Reino dos Deuses, Asgard, durante o Ragnarök. De acordo com Mimir, o papel dos Gigantes de Fogo é causar a guerra do fim do mundo – e realmente eles aparecem no game.
Asgard: É o reúno dos deuses Æsir. Na mitologia nórdica, este reino é conhecido como Godheim, que significa ‘repouso dos deuses’.
Jötunheim: É conhecido como a “casa dos gigantes”. Em God of War: Ragnarök, chegar a Jötunheim é a missão de Kratos e Atreus: na história, Mimir e Tyr eram os únicos seres, além dos gigantes, que sabiam como chegar até o reino por outros meios. Também é em Jötunheim que Atreus descobre a sua verdadeira identidade: na verdade, ele é Loki, o famoso Deus da Trapaça. Agora, pai e filho partem em uma jornada de vingança contra Odin e Thor, que oprimiram os Gigantes.
Vanaheim: Na mitologia nórdica, Vanaheim é o repouso dos Vanir, considerados os deuses mais benevolentes relacionados à agricultura e à natureza. Frey, Freya e Njord são considerados os três principais deuses Vanir presentes no jogo.
Alfheim: Lar dos elfos, é também um nome antigo para o território que existe entre o que, atualmente, é o rio Glomma, na Noruega, e o rio Gota, na Suécia. É um reino particularmente bem iluminado durante a maior parte do tempo, além de fonte de energia da Bifröst. Somente por meio dela, é possível usar o Templo de Tyr para viajar entre os reinos.
Svartalfheim: Conhecida na mitologia escandinava antiga como Nidavellir, é a terra dos anões e fica nos subterrâneos de Midgard. Como em outras histórias inspiradas pela mitologia escandinava, os anões são muito conhecidos por criações engenhosas. O local é, portanto, um reino recheado de tecnologias criadas por eles.
Helheim: Governado por Hela, Hellheim é o destino final daqueles que não morreram em batalha. Todas as pessoas que morrem de doenças, velhice, acidentes ou no parto ficam em Hellheim por toda a eternidade. Resumindo, é o reino dos mortos. Em tese, Helheim é governado pela deusa Hel, filha de Loki. No entanto, Loki – que na história do game é Atreus – ainda não tem filhos na nova era de God of War. Este é um dos pontos não explorados em God of War: Ragnarök.
Não é raro ver filmes, séries e quadrinhos da cultura pop se inspirando na mitologia nórdica e até criando suas próprias versões do famoso Ragnarök – e não foi diferente com o último título da franquia God of War.
O Ragnarök é, basicamente, o fim do mundo na mitologia nórdica. Ele é causado por uma destruição dos cosmos e tudo que nele vive, incluindo os humanos e deuses, por catástrofes ambientais e uma grande guerra colossal. Na língua que os vikings falavam, a palavra “Ragnarök” significa “destino dos deuses”. No entanto, pesquisadores apontam que a palavra também já apareceu com outros nomes em textos vikings, como “Ragnarøkkr”, cuja tradução é “crepúsculo dos deuses”, e “aldar rök”, ou “destino da humanidade” em nossa língua.
+ O temido Ragnarök: Como os vikings imaginaram o fim do mundo?
Pela descrição que Ragnarök tem nos produtos audiovisuais do entretenimento, dá a impressão de que tudo acaba depois disso. Na mitologia, porém, ele pode representar o fim de uma fase. Trata-se de um evento cataclísmico, com maremotos e terremotos, em que todas as criaturas que eventualmente tenham sido presas se soltam e se reúnem para enfrentar os deuses.
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