Área escavada em complexo de túneis da era púnica descobertos em Malta - Divulgação/Foundation for Medical Services/SCH Malta
Arqueologia

Complexo de tumbas púnicas de 2.300 anos é descoberto em Malta

Durante a construção de um estacionamento de hospital, escavações revelaram um complexo de tumbas da era púnica, estimados em cerca de 2.300 mil anos

Éric Moreira Publicado em 28/10/2024, às 11h30

Durante obras de abertura precedentes a um projeto de estacionamento no Hospital Mater Dei em Msida, Malta, foi descoberto um surpreendente complexo de tumbas antigas, que se acredita terem sido usadas pelos antigos púnicos e romanos. Com o achado, novas perspectivas sobre as práticas comunitárias da época são possíveis, bem como da vida comunitária da época.

O achado foi divulgado pela Fundação de Serviços Médicos de Malta, e da Superintendência do Patrimônio Cultural de Malta (SCH), que também supervisionou a escavação. O SCH começou a participar do projeto depois que, em setembro de 2024, foi confirmado que ali havia sido feiro uma descoberta de valor arqueológico.

"As descobertas, que incluem restos mortais, urnas de cremação e outros artefatos funerários, oferecem uma visão valiosa da antiga comunidade que outrora habitou a região", informa uma declaração conjunta entre a Fundação de Serviços Médicos de Malta e a SCH.

Artefatos escavados em complexo de tumbas encontrado em Malta / Crédito: Divulgação/Foundation for Medical Services/SCH Malta

 

Complexo de tumbas

Conforme repercute a Archeology News, o complexo de tumbas consiste em três câmaras funerárias separadas, escavadas na rocha, que podem ser acessadas a partir de um poço central, o que era comum em complexos do tipo referentes aos púnicos e aos romanos. Lá dentro, havia vários restos mortais, além de urnas de cremação e bens funerários depositados cuidadosamente nas câmaras.

O SCH detalha que muitos dos ossos ali encontrados foram dispostos sistematicamente, o que sugere que sepultamentos posteriores podem ter levado à necessidade de reposicionar restos mortais anteriores, para liberar espaço para novos enterros. Os sepultamentos mais antigos, e a tumba em si, estima-se que tenham cerca de 2.300 anos.

Ali havia restos mortais, urnas de cremação e até uma coleção de artefatos funerários, o que indica uma variedade de práticas de sepultamento entre os povos que ali viviam, incluindo romanos, o que sugere que as tumbas seguiram sendo utilizadas no início do período romano da região.

Após as escavações, todos os restos mortais e artefatos encontrados foram transferidos para o laboratório do SCH, onde devem ser analisados mais detalhadamente. Agora, os especialistas pretendem estudar os restos mortais dos indivíduos ali sepultados, a fim de determinar idade, sexo e condições de saúde destes indivíduos, em busca de novas descobertas sobre a linhagem genética e o estilo de vida na região.

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